Último round: uma luta entre o crítico e o escritor

A perspectiva líquida por meio da qual se constroem os gêneros contemporâneos já era estetizada por Cortázar em Último Round (1969). O escritor argentino, numa época em que o gênero romance ainda era bastante rígido, deu corpo textual aos mais variados gêneros, desde a poesia ao recorte de jornal, t...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Julie Fank Fank, Lourdes Kaminski Alves
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo 2012-10-01
Series:FronteiraZ
Subjects:
Online Access:https://revistas.pucsp.br/index.php/fronteiraz/article/view/12160
Description
Summary:A perspectiva líquida por meio da qual se constroem os gêneros contemporâneos já era estetizada por Cortázar em Último Round (1969). O escritor argentino, numa época em que o gênero romance ainda era bastante rígido, deu corpo textual aos mais variados gêneros, desde a poesia ao recorte de jornal, todos publicados em conjunto, num livro guilhotinado em sua terceira parte. A publicação rompeu com a crítica e configurou um novo olhar desse escritor sobre o estatuto contemporâneo da ficção. O imbricamento de gêneros recorria a aparatos estéticos não difundidos e desestabilizava a ótica sobre o gênero romance, tantas vezes problematizado por Cortázar em sua Obra Crítica, reunida postumamente em três volumes. Ante os pressupostos de Silviano Santiago (2004) e Leyla Perrone-Moisés (2005), enfatiza-se, portanto, a fragmentação do gênero romance e os ecos da condição de crítico na produção de ficção cortazariana.
ISSN:1983-4373