Summary: | Objetivando compreender o modo como foram tratadas, em serviços de saúde especializados, as demandas reprodutivas das pessoas vivendo com HIV/AIDS, desenvolveu-se estudo de natureza qualitativa, utilizando-se como referencial teórico o conceito de Necessidades em Saúde e como estratégia metodológica a Observação Participante. O estudo indicou que os trabalhadores compreenderam as demandas reprodutivas como das mulheres, ligadas ao controle da transmissão vertical do HIV. As demandas reprodutivas não foram tomadas como objeto do trabalho coletivo. Foram evidenciadas diferentes racionalidades técnicas, éticas e morais. No pólo dos trabalhadores predominou a lógica do controle da epidemia, e no pólo dos usuários predominou as escolhas ligadas ao modo de vida, consubstanciadas no "aparecimento da gravidez". O reconhecimento da autonomia, quanto às decisões reprodutivas das pessoas vivendo com HIV/ AIDS, parece necessário para a formulação de estratégias assistenciais que respeitem os Direitos Humanos e minimizem os riscos de infecção pelo HIV.
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