O mapeamento fonético-fonológico das vogais postônicas finais no português brasileiro
O funcionamento das vogais átonas é, no dizer de Câmara Jr. (1977), “um dos problemas mais intrincados da fonêmica portuguesa no Brasil”. Em sílaba átona final, a mais débil da palavra, o triângulo de sete vogais tônicas do sistema fonológico da língua fica reduzido às três vogais periféricas /a, i,...
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Universidade Federal de Uberlândia
2016-06-01
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doaj-b062f5231993498392ccc5601d6170042021-03-02T03:06:03ZengUniversidade Federal de UberlândiaDomínios de Lingu@gem1980-57992016-06-0110246649310.14393/DL22-v10n2a2016-317051O mapeamento fonético-fonológico das vogais postônicas finais no português brasileiroCarmen Lúcia Matzenauer0Universidade Católica de Pelotas - UCPELO funcionamento das vogais átonas é, no dizer de Câmara Jr. (1977), “um dos problemas mais intrincados da fonêmica portuguesa no Brasil”. Em sílaba átona final, a mais débil da palavra, o triângulo de sete vogais tônicas do sistema fonológico da língua fica reduzido às três vogais periféricas /a, i, u/ (Câmara Jr., 1970, 1977; Bisol, 1981, 2002, 2003). Essas vogais que se mantêm nas sílabas com maior grau de atonicidade no português brasileiro (PB) são as mais frequentes nos inventários fonológicos das línguas (Maddieson, 1984) e as primeiras a emergir no processo de aquisição da linguagem pelas crianças (Rangel, 2002). As formas fonéticas que tais vogais assumem no PB tendem a ser centralizadas ([I, U, ]), havendo variação, no sul do país, entre altas e médias (golp[I] ~ golp[e]; camp[U] ~ camp[o]). Diante da possível assimetria ao se considerarem as vogais átonas finais do PB, o mapeamento entre os níveis fonético e fonológico da língua é o foco do presente estudo. Na discussão, retoma-se pesquisa realizada com quatro informantes do sul do Brasil, submetidos a testes de percepção e de produção linguísticas, cujos dados foram interpretados por meio de restrições com o suporte do Modelo BiPhon (BOERSMA, 2007, 2011). Os resultados foram formalizados de modo a representar a gramática responsável pela representação das vogais átonas finais de falantes nativos de PB.http://www.seer.ufu.br/index.php/dominiosdelinguagem/article/view/31586Fonologia do Português |
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O funcionamento das vogais átonas é, no dizer de Câmara Jr. (1977), “um dos problemas mais intrincados da fonêmica portuguesa no Brasil”. Em sílaba átona final, a mais débil da palavra, o triângulo de sete vogais tônicas do sistema fonológico da língua fica reduzido às três vogais periféricas /a, i, u/ (Câmara Jr., 1970, 1977; Bisol, 1981, 2002, 2003). Essas vogais que se mantêm nas sílabas com maior grau de atonicidade no português brasileiro (PB) são as mais frequentes nos inventários fonológicos das línguas (Maddieson, 1984) e as primeiras a emergir no processo de aquisição da linguagem pelas crianças (Rangel, 2002). As formas fonéticas que tais vogais assumem no PB tendem a ser centralizadas ([I, U, ]), havendo variação, no sul do país, entre altas e médias (golp[I] ~ golp[e]; camp[U] ~ camp[o]). Diante da possível assimetria ao se considerarem as vogais átonas finais do PB, o mapeamento entre os níveis fonético e fonológico da língua é o foco do presente estudo. Na discussão, retoma-se pesquisa realizada com quatro informantes do sul do Brasil, submetidos a testes de percepção e de produção linguísticas, cujos dados foram interpretados por meio de restrições com o suporte do Modelo BiPhon (BOERSMA, 2007, 2011). Os resultados foram formalizados de modo a representar a gramática responsável pela representação das vogais átonas finais de falantes nativos de PB. |
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