Summary: | Resumo: O artigo tem como origem a indagação do que caracteriza o sujeito da psicanálise e como ele se insere nos excessos da sociedade atual, buscando um recorte temático a respeito da compulsão ao consumo e aos modos de subjetivação decorrentes desta. Partindo da pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito, que aponta um alto índice no que se refere ao não controle do desejo de compra, discutimos o assunto com o objetivo de realizar uma leitura, à luz da teoria de Sigmund Freud e Jacques Lacan, acerca do sujeito contemporâneo e sua relação com os objetos nesta dinâmica da compulsão ao consumo. Lipovetsky e o seu conceito de hipermodernidade nos dá o pano de fundo para o debate sobre uma sociedade na qual o Outro não mais existe, e que é povoada por sujeitos que não se relacionam mais entre si, mas sim com os objetos de consumo produzidos pela ciência: os chamados gadgets. A dificuldade de lidar com o vazio estrutural, preenchendo-o a todo momento pelos produtos de consumo, portanto, é um aspecto que possui presença marcada na clínica, podendo ser configurado com o grande mal-estar de nossa época.
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