Historia é um esboço: a nova autenticidade narrativa na historiografia e no romance
Há dois séculos a historiografia e o romance vêm se desenvolvendo, sob muitos aspectos, em tensa e estreita relação. Ambos são compelidos ao mesmo tempo a fundamentar o evento narrado de maneira mais detalhada do que anteriormente. As razões para isso residem no fato de que a vantagem educacional do...
Main Author: | |
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Format: | Article |
Language: | Spanish |
Published: |
Universidade de São Paulo
1995-04-01
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Series: | Estudos Avançados |
Online Access: | http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40141995000100019 |
Summary: | Há dois séculos a historiografia e o romance vêm se desenvolvendo, sob muitos aspectos, em tensa e estreita relação. Ambos são compelidos ao mesmo tempo a fundamentar o evento narrado de maneira mais detalhada do que anteriormente. As razões para isso residem no fato de que a vantagem educacional do autor sobre o leitor está diminuindo. Além disso, como a responsabilidade pelo curso da história é atribuida antes a forças históricas coletivas ou pessoais do que a indivíduos, novas modalidades de representação tornam-se necessárias tanto para o historiador como para o romancista. Eles reagiram a essa crise emergente da narração de diversas formas: por meios de especialização, através da pluralização de perspectivas, da descrição de estruturas mais do que pela narração de eventos e, por fim, através de uma confissão radical da subjetividade que rege o julgamento dos eventos retratados. A parcela que toda historiografia tem em comum com a ficção assim como o caráter voltado para o presente - ou para o futuro - da história representada no romance são assim legitimados.<br>For two centuries historiography and the novel have been developing in competition with one another in many respects. At the same time, they are both compelled to confirm the narrated event in a more detailed manner than before. The reasons for this lie in the fact that the educational advantage of the author over the reader is diminishing. Furthermore, as soon as the responsibility for the course of history is no longer attributed to individuals but rather to collective or impersonal historic forces, new patterns of representation become necessary for the historiographer and the novelist alike. They have responded to this emerging crisis of narration in various ways: by means of specialization, through pluralization of perspective, through description of structure rather than narration of events, and finally, through a radical avowal of the subjective judgment of the depicted events. The portion that any historiography shares with fiction as well as the present -and future - oriented character of history represented in the novel are thus legitimated. |
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ISSN: | 0103-4014 1806-9592 |