O rio- o poema de João Cabral de Melo Neto no contexto da poesia visual do teatro didático da UNESP

<p> </p> <p><strong>Introdução:</strong> A poesia cabralina é vastíssima de imagens, "sendo provavelmente o mais visual dos poetas brasileiros".  João Cabral cria, a partir desse período, uma espécie de poesia para a visão, não da maneira que viria a ser trata...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Wagner Francisco Araujo Cintra
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Universidade Estadual Paulista, Pró-Reitoria de Extensão Universitária 2011-12-01
Series:Revista Ciência em Extensão
Online Access:http://ojs.unesp.br/index.php/revista_proex/article/view/589
Description
Summary:<p> </p> <p><strong>Introdução:</strong> A poesia cabralina é vastíssima de imagens, "sendo provavelmente o mais visual dos poetas brasileiros".  João Cabral cria, a partir desse período, uma espécie de poesia para a visão, não da maneira que viria a ser tratada pelos concretistas por meio da valorização da forma e da comunicação visual que se sobrepunha ao conteúdo, mas a poesia como uma "arte de ver".O Rio é um poema que é para ser experimentado em todas as dimensões das suas possibilidades sensoriais. Em tal contexto, a encenação realizada pelo Teatro Didático da UNESP, coordenado por mim,  assume o teatro visual como técnica a ser trabalhada pelo grupo.De uma maneira geral, o teatro visual é inspirado na arte pictural e está intimamente ligado ao teatro de formas animadas. Entretanto, esse conceito mostra-se insuficiente para dar conta de uma linguagem que tem como princípio a utilização de todo e qualquer elemento ou matéria como substância criativa. De tal modo, não somente marionetes e objetos inanimados diversos pertencem ao seu principio motor; o ser humano vivo também está inserido no mesmo universo criativo. <strong>Objetivos: </strong>O trabalho do Teatro Didático da UNESP, sobretudo no contexto da encenação de O Rio,  enfoca o jogo entre diferentes elementos que compõem a cena: texto, atores, bonecos, objetos e que são equacionados no mesmo nível de importância na encenação, situando a sintaxe cabralina, em segundo plano, como inspiração para  a sintaxe visual, em primeiro plano, do Teatro Didático da UNESP, que, conjugados, resultaram em um espetáculo de imagens requintadas e imbuídas de grande poeticidade. A encenação, como poesia para o olhar, somente se concretiza por meio da realidade sensível do expectador. Assim, a educação estética é um dos principais objetivos. <strong>Métodos: </strong>A metodologia utilizada privilegia o saber individual conjugando diferentes saberes em um processo coletivo de criação. Ou seja: o processo de trabalho do Teatro Didático da UNESP é a criação coletiva. <strong>Resultados: </strong>trabalho divide-se em três fases. Em 2010, do processo de investigação estética, resultou um exercício cênico, na forma de espetáculo que foi visto por aproximadamente 400 pessoas entre a comunidade interna e externa ao Instituto de Artes. Seguindo uma diretriz pedagógica, própria do contexto da licenciatura onde o grupo está inserido, todas as apresentações foram seguidas de conversas acerca das intenções estéticas e pedagógicas do trabalho.  Em 2011, há uma continuidade no trabalho de investigação que levará, no final do ano, uma apresentação ampliada do material que até então está em exibição. Em 2012  a versão final do espetáculo, como vem sendo feito com o processo, será apresentado à comunidade.</p>
ISSN:1679-4605