Summary: | Este trabalho é resultado da pesquisa realizada na capital do Estado de São Paulo, com seis homens negros, ligados a instituições culturais e empresariais. Um deles está na ativa e realiza trabalho voluntário, quatro são aposentados, mas exercem atividades remuneradas e um outro é aposentado e só realiza trabalho voluntário. Os critérios utilizados para a escolha dos sujeitos foram: idade superior a 60 anos, vida ativa, lucidez de memória e disposição para falar sobre suas trajetórias de vida relacionadas ao envelhecimento. O objeto da investigação voltou-se para os significados atribuídos por esses sujeitos à velhice, às relações de trabalho, às visões da época da escravidão e aos vínculos afetivos. Teve o objetivo de compreender como esses homens negros construíram seus espaços na sociedade, e, mais especificamente, na comunidade paulistana. O procedimento metodológico de natureza técnica para coleta de dados baseou-se na gravação de entrevistas semi-estruturadas com questões norteadoras para o entrevistador e o entrevistado. Por meio da análise temática dos depoimentos foi possível desvelar que a sociedade brasileira em relação aos negros é preconceituosa e discriminatória, como ficou evidente na narrativa sobre as etapas de suas vidas principalmente, no que se refere à vida profissional e às dificuldades para o ingresso e permanência no mercado de trabalho. A pesquisa evidenciou que é a educação o instrumento para ultrapassar essas barreiras de impedimento do exercício democrático e de cidadania dos negros na sociedade e no trabalho.
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