O vozeamento/desvozeamento variável das oclusivas bilabiais em português numa comunidade teuto-brasileira e o relacionamento em rede dos falantes

A variação das oclusivas bilabiais no português brasileiro em contato com a língua minoritária alemã, o Hunsrückisch, verifica-se em Glória, comunidade teuto-brasileira da zona rural do município de Estrela/RS. O fenômeno linguístico pode instanciar-se com o desvozeamento das oclusivas (baile~paile;...

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Bibliographic Details
Main Authors: Claudia Camila Lara, Elisa Battisti, Adalberto Ayjara Dornelles Filho
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Universidade Federal de Santa Catarina, Programa de Pós-Graduação em Linguística 2014-02-01
Series:Working Papers em Linguística
Subjects:
Online Access:https://periodicos.ufsc.br/index.php/workingpapers/article/view/29671
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spelling doaj-ac24ad87af9e4552a3767ceaa9a3155e2020-11-25T01:03:47ZporUniversidade Federal de Santa Catarina, Programa de Pós-Graduação em LinguísticaWorking Papers em Linguística1984-84202014-02-01142314610.5007/1984-8420.2013v14n2p3121296O vozeamento/desvozeamento variável das oclusivas bilabiais em português numa comunidade teuto-brasileira e o relacionamento em rede dos falantesClaudia Camila Lara0Elisa Battisti1Adalberto Ayjara Dornelles Filho2Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS/CNPq)Universidade de Caxias do Sul (UCS)A variação das oclusivas bilabiais no português brasileiro em contato com a língua minoritária alemã, o Hunsrückisch, verifica-se em Glória, comunidade teuto-brasileira da zona rural do município de Estrela/RS. O fenômeno linguístico pode instanciar-se com o desvozeamento das oclusivas (baile~paile; trabalho~trapalho) ou com seu vozeamento (pudim~budim; princezinha~brincezinha). A análise de regra variável (LABOV, 1972) de dados de entrevistas sociolinguísticas (LARA, 2013), submetidos ao pacote computacional VARBRUL, versão GoldVarb X,  revelou que a aplicação é inferior a 5%, condicionada pelos informantes mais velhos, o que aponta a regressão da regra. O estudo da rede social dos informantes (MILROY, 1987, 2002) mostra que, nas redes densas e multiplexas, os falantes mais velhos não difundem o processo aos mais jovens, mesmo que com eles tenham laços fortes. A observação participante na comunidade, baseada no estudo etnográfico de Eckert (2000), revela que os sujeitos mais velhos realizam práticas sociais predominantemente locais, práticas que promovem o contato Hunsrückisch-português, enquanto os jovens deslocam-se diariamente para centros urbanos a fim de trabalhar, o que fomenta o monolinguismo em português.https://periodicos.ufsc.br/index.php/workingpapers/article/view/29671mudança linguística em progressovozeamento/desvozeamento das oclusivas bilabiaispráticas sociaisredes sociais
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Working Papers em Linguística
mudança linguística em progresso
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