A gestão de si na reinvenção das normas: práticas e subjetividade no trabalho Self-management in the re-invention of norms: practices and subjectivity at work
O chão de fábrica de uma metalúrgica, longe de ser um ambiente taylorizado e absolutamente padronizador de gestos e procedimentos laborais, é constituído por operários cuja atuação cotidiana consiste, simultaneamente, na gestão de si próprios. Embora a fábrica seja composta por normas oficiais, apar...
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Format: | Article |
Language: | English |
Published: |
Universidade de São Paulo
2008-12-01
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Series: | Saúde e Sociedade |
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doaj-aabf176d10434f659962a6ae2a8495e02020-11-24T23:29:56ZengUniversidade de São PauloSaúde e Sociedade0104-12901984-04702008-12-0117411112310.1590/S0104-12902008000400012A gestão de si na reinvenção das normas: práticas e subjetividade no trabalho Self-management in the re-invention of norms: practices and subjectivity at workCristiane A. Fernandes da SilvaO chão de fábrica de uma metalúrgica, longe de ser um ambiente taylorizado e absolutamente padronizador de gestos e procedimentos laborais, é constituído por operários cuja atuação cotidiana consiste, simultaneamente, na gestão de si próprios. Embora a fábrica seja composta por normas oficiais, aparentemente rígidas, de cunho operacional, de segurança e de qualidade, os operários gerem todos esses elementos conforme suas necessidades psicofísicas e escolhas valorativas possíveis. A abordagem apresentada neste artigo concebe o trabalhador enquanto sujeito, por não se restringir a mero reprodutor de tarefas, mas, antes, tentar interferir nas orientações que as regem e ajustá-las às necessidades circunstanciais. Essa postura do operário, cuja intervenção pode ser apenas ligeiramente diferente das ordens estabelecidas, repercute de maneira significativa em sua subjetividade, à medida que busca conciliar suas escolhas pessoais e culturais com as demandas e as ordens fabris. Trata-se de uma análise pautada tanto em veio teórico, notadamente o ergológico, quanto, especialmente, em achados empíricos extraídos de entrevistas efetivadas junto a operários de cinco metalúrgicas da Grande São Paulo. Ambas as esferas, teórica e empírica, comungam esforços em mostrar as atividades de chão de fábrica em uma perspectiva distanciada daquela de pura execução por operadores via operações padronizadas exogenamente. Essas atividades são, na realidade, re-formuladas, às vezes até reinventadas, e, conseqüentemente, apropriadas por sujeitos operários que re-normalizam o seu meio e, na medida do possível, singularizam seus atos de trabalho de acordo com os seus próprios usos corporais, subjetivos, valorativos e simbólicos.<br>The factory floor of metallurgy is not a tailor-made environment nor it standardizes gestures and labor procedures. It is made by workers whose daily performance consists, simultaneously, in the self-management. Although the factory has official strict operational norms for safety and quality, workers manage all these elements according to their psychological and physical needs, and choices of value. The approach presented in this article views workers as subjects, because it does not restrict individuals to task-makers, but rather as people that can interfere with guidelines, adjusting them to their needs. This attitude of workers, who may follow orders in a slightly different way, has significant results in their subjectivity since they try to conciliate their personal and cultural choices with the demands and production orders. The present analysis is based on the ergological perspective and on empirical findings taken from interviews conducted with workers from five metallurgies in the city of São Paulo. Both, the theoretical and empiric side, commune efforts to show the activities of shop floor on a perspective that is distant from that of pure performance by operators with operations standardized exogenously. These activities are, in fact, re-formulated, sometimes they are even reinvented, and, consequently, they are used by workers/subjects who re-normalize their environment and, whenever possible, they make their work actions singular according to their own corporal, subjective, appreciated and symbolic uses.http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-12902008000400012TrabalhoSaúde do trabalhadorNormasValorGestão no trabalhoWorkOccupational HealthNormsValueWork Management |
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