Summary: | Resumo Embora os deslocamentos populacionais sejam normalmente divididos entre movimentos forçados ou voluntários, a maior parte das migrações dificilmente irá enquadrar-se em um desses tipos extremos. O objetivo deste artigo é discutir, conceitualmente, como a idade e o sexo atuam sobre o comportamento migratório, configurando tipos específicos de migrantes cujos deslocamentos possuem diferentes “graus” de voluntariedade. Dar-se-á destaque às relações de poder envolvidas no processo de tomada de decisão para a migração, que fazem com que as migrações de muitos indivíduos sejam um fenômeno involuntário, na medida em que estes não participam ou não tem seus interesses levados em conta durante o processo. O artigo destaca a importância de considerarmos que a maior parte dos indivíduos não migra só ou não tem a migração como um projeto exclusivamente pessoal e que, mesmo aqueles que migram de maneira forçada, muitas vezes provocam a migração de outros cujo estímulo migratório é determinado por relações de dependência, suporte ou afeto. Destaca a importância de estarmos atentos para as mudanças nas formas de organização social que interferem nesse processo, assim como em suas implicações para a configuração do significado atual da mobilidade espacial da população.
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