Reflexão para uma Nova Medicina
O presente número da Gazeta Médica reúne todas as condições para ter o sucesso dos seus antecessores. De facto, integra um conjunto de artigos de investigação, revisão temática e reflexão, abrangendo diversas áreas do conhecimento médico, e afins, que pela sua excelência muito contribuirão para o e...
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Format: | Article |
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José de Mello Saúde
2017-09-01
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Series: | Gazeta Médica |
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doaj-a89d25a88b8c44a38abda1b18f9d0a622020-11-24T22:51:20ZengJosé de Mello SaúdeGazeta Médica2183-81352184-06282017-09-0141Reflexão para uma Nova MedicinaAntónio Bugalho O presente número da Gazeta Médica reúne todas as condições para ter o sucesso dos seus antecessores. De facto, integra um conjunto de artigos de investigação, revisão temática e reflexão, abrangendo diversas áreas do conhecimento médico, e afins, que pela sua excelência muito contribuirão para o enriquecimento do leitor. Estamos convictos que irá gerar forte interesse quer nos profissionais de saúde quer a quem lhe dedique atenção. Sendo o nosso comentário forçosamente breve, optámos por focalizá-lo na reflexão do nosso colega Luís Campos sobre o papel da Medicina Interna perante os desafios do futuro, sobretudo no que concerne aos doentes crónicos. Declaramos, de imediato, o nosso maior apreço e admiração pelos nossos Internistas, considerando a sua presença, em qualquer estrutura de saúde, como imprescindível e aglutinadora das diversas especialidades e subespecialidades que nas últimas décadas têm emergido da Medicina. É uma realidade, que vivemos numa época em que a informação, os avanços científicos e tecnológicos são tão rápidos e profusos que se torna difícil, senão impossível, a qualquer profissional de saúde manter-se permanentemente atualizado nas inúmeras matérias das várias especialidades. Longe vai o tempo em que para cada especialidade existiam uma ou duas revistas de referência, que publicavam as “novidades” em termos de investigação, reveladas ao mundo da saúde com um caráter solene e muitas vezes lento. Hoje, são frequentes os avanços e os milhares de publicações que os relatam, discutem, comprovam ou questionam. Nessa perspetiva, existe no presente uma corrente científica que refuta o paradigma “Osleriano” da doença, baseado em sintomas e sinais organizados por órgãos e sistemas, que aprendemos e transmitimos há múltiplas décadas. Aqueles que o contestam, propõem, inclusivamente, o abandono de rótulos e diagnósticos específicos associados a tratamentos globalizados por grupo. O doente passa a ser abordado como um todo e não como a soma das partes, em que se utilizam tratamentos individualizados em contexto de medicina de precisão, de acordo com características genéticas, fenotípicas e psicossociais únicas. O século XXI confirmará uma nova realidade, e provavelmente uma “Nova Medicina”, cujo conceito se encontra contextualizado num outro artigo desta edição intitulado Gestão de Talento Médico num mundo volátil, incerto, complexo e ambíguo. No entanto, é importante enfatizar que esta corrente de investigação que preconiza um regresso às origens, é ela própria geradora de subespecialistas, que procuram resolver problemas específicos que, de outra forma, talvez não tivessem uma solução tão correta. Tudo o que escrevemos não retira uma vírgula à reflexão realizada por Luís Campos. Pelo contrário, cimenta-a! E recorda-nos a verdade há muito conhecida: está na equipa multi e interdisciplinar, devidamente estruturada e articulada, a melhor forma de resolver os problemas clínicos dos nossos doentes. António Bugalho Coeditor-Chefe http://localhost/gazetamedica_upgrade/index.php/gazeta/article/view/29 |
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O presente número da Gazeta Médica reúne todas as condições para ter o sucesso dos seus antecessores. De facto, integra um conjunto de artigos de investigação, revisão temática e reflexão, abrangendo diversas áreas do conhecimento médico, e afins, que pela sua excelência muito contribuirão para o enriquecimento do leitor.
Estamos convictos que irá gerar forte interesse quer nos profissionais de saúde quer a quem lhe dedique atenção. Sendo o nosso comentário forçosamente breve, optámos por focalizá-lo na reflexão do nosso colega Luís Campos sobre o papel da Medicina Interna perante os desafios do futuro, sobretudo no que concerne aos doentes crónicos. Declaramos, de imediato, o nosso maior apreço e admiração pelos nossos Internistas, considerando a sua presença, em qualquer estrutura de saúde, como imprescindível e aglutinadora das diversas especialidades e subespecialidades que nas últimas décadas têm emergido da Medicina.
É uma realidade, que vivemos numa época em que a informação, os avanços científicos e tecnológicos são tão rápidos e profusos que se torna difícil, senão impossível, a qualquer profissional de saúde manter-se permanentemente atualizado nas inúmeras matérias das várias especialidades. Longe vai o tempo em que para cada especialidade existiam uma ou duas revistas de referência, que publicavam as “novidades” em termos de investigação, reveladas ao mundo da saúde com um caráter solene e muitas vezes lento. Hoje, são frequentes os avanços e os milhares de publicações que os relatam, discutem, comprovam ou questionam.
Nessa perspetiva, existe no presente uma corrente científica que refuta o paradigma “Osleriano” da doença, baseado em sintomas e sinais organizados por órgãos e sistemas, que aprendemos e transmitimos há múltiplas décadas. Aqueles que o contestam, propõem, inclusivamente, o abandono de rótulos e diagnósticos específicos
associados a tratamentos globalizados por grupo.
O doente passa a ser abordado como um todo e não como a soma das partes, em que se utilizam tratamentos individualizados em contexto de medicina de precisão, de acordo com características genéticas, fenotípicas e psicossociais únicas. O século XXI confirmará uma nova realidade, e provavelmente uma “Nova Medicina”, cujo
conceito se encontra contextualizado num outro artigo desta edição intitulado Gestão de Talento Médico num mundo volátil, incerto, complexo e ambíguo. No entanto, é importante enfatizar que esta corrente de investigação que preconiza um regresso às origens, é ela própria geradora de subespecialistas, que procuram resolver
problemas específicos que, de outra forma, talvez não tivessem uma solução tão correta.
Tudo o que escrevemos não retira uma vírgula à reflexão realizada por Luís Campos. Pelo contrário, cimenta-a! E recorda-nos a verdade há muito conhecida: está na equipa multi e interdisciplinar, devidamente estruturada e articulada, a melhor forma de resolver os problemas clínicos dos nossos doentes.
António Bugalho
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