“Eles”, venezuelanos, e a crise na Venezuela: práticas discursivas na revista Veja
Este artigo analisa a reportagem intitulada “Fuga de uma ditadura: a saga dos venezuelanos no Brasil”, da autoria de Jennifer Ann Thomas, publicada, em 2019, pela revista brasileira Veja. O objeto são os refugiados e a crise na Venezuela. Foram identificadas as estruturas discursivas utilizadas para...
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Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS)
2020-12-01
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doaj-a85564a29c754da3956efb293718da3b2021-04-13T08:58:16ZengCentro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS)Comunicação e Sociedade1645-20892183-35752020-12-0138597810.17231/comsoc.38(2020).25931349“Eles”, venezuelanos, e a crise na Venezuela: práticas discursivas na revista VejaMoisés de Lemos Martins0https://orcid.org/0000-0003-3072-2904Valéria Marcondes1https://orcid.org/0000-0002-1670-4892Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade, Instituto de Ciências Sociais, Universidade do Minho, PortugalFaculdade de Ciências Sociais Aplicadas, Universidade do Oeste de Santa Catarina, BrasilEste artigo analisa a reportagem intitulada “Fuga de uma ditadura: a saga dos venezuelanos no Brasil”, da autoria de Jennifer Ann Thomas, publicada, em 2019, pela revista brasileira Veja. O objeto são os refugiados e a crise na Venezuela. Foram identificadas as estruturas discursivas utilizadas para representar os outros, no caso, os imigrantes venezuelanos. E foram analisadas as expressões linguísticas, que simbolizam e produzem as diferenças entre “eles” (os outros, a Venezuela e os seus cidadãos) e “nós” (o Brasil e os brasileiros). A conclusão a que chegámos é a de que o discurso sobre o outro, que na reportagem da Veja compreende também as estatísticas e as fontes próximas do poder governamental, apenas dizem o que é adequado que os públicos da revista saibam, ou seja, os seus leitores. Em síntese, a análise desta reportagem da revista Veja permite concluir que nela ocorre a reprodução do discurso hegemónico sobre “o outro”, um discurso reducionista, conservador e nacionalista. A nossa linha de orientação semiológica tem como referência teórica a Semiótica Social (Martins, 2002/2017), uma disciplina das Ciências Sociais e Humanas, que tem como preocupação essencial estabelecer as condições de possibilidade social do sentido e que, em termos semânticos e pragmáticos, procede à interpretação explicativa e compreensiva dos discursos. Por outro lado, sendo o nosso propósito a compreensão dos processos de construção social do outro, ou seja, a compreensão dos processos de construção social das identidades, inspiramo-nos na corrente de pensamento, que ficou conhecida na Europa como a “filosofia da diferença” (Descombes, 1998; Foucault, 1966; Levinas, 2002; Martins, 2019; Ricoeur, 1991).https://revistacomsoc.pt/index.php/revistacomsoc/article/view/2593imigrantesrefugiadosvenezuelarepresentações sociaissemiótica social |
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