Summary: | Neste trabalho, discutiremos especialmente a obra Vidas secas de Graciliano Ramos, à luz de uma abordagem teórica advinda da crítica literária (A. Candido, A. Rama), da análise de discurso social (M. Angenot) e da filosofia (M. Foucault) com o objetivo de analisar a hipótese de Alfredo Bosi de que a “dureza é a única máscara” possível no romance de Ramos. Com vistas a essa perspectiva, o artigo apresenta três seções: na primeira delas revisamos a literatura crítica a respeito do romance e do autor nordestino; na segunda seção apresentamos a teorização as relações de poder e sobre o jogo entre dissidência e hegemonia no discurso; na terceira seção uma leitura do romance, em que fazemos incidir as categorias teóricas levantadas. Ao final, concluímos que a hipótese de Bosi pode ser tratada como tese, já que a resistência das personagens do romance (em forma de ausência de linguagem e de embrutecimento) se transforma em dureza, por isso a única máscara possível para lutar contra a seca e os homens.
Palavras chaves: Graciliano Ramos; Estudos literários; Estudos do Discurso.
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