Aspectos epidemiológicos de pacientes traqueostomizados em unidade de terapia intensiva adulto de um hospital de referência ao Sistema Único de Saúde em Belo Horizonte Epidemiological profile of patients with tracheotomy in a referral public hospital intensive care unit in Belo Horizonte

OBJETIVOS: A traqueostomia é frequentemente realizada com a finalidade de favorecer o desmame da ventilação mecânica. No entanto, não se conhece o real impacto da traqueostomia nos diversos grupos de pacientes em nosso meio. O objetivo deste trabalho foi avaliar características epidemiológicas dos p...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Cláudio Dornas de Oliveira, Leonardo da Cruz Peixoto, Gláucio Oliveira Nangino, Paulo César Correia, Camila Armond Isoni
Format: Article
Language:English
Published: Associação de Medicina Intensiva Brasileira 2010-03-01
Series:Revista Brasileira de Terapia Intensiva
Subjects:
Age
Online Access:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-507X2010000100009
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Revista Brasileira de Terapia Intensiva
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publishDate 2010-03-01
description OBJETIVOS: A traqueostomia é frequentemente realizada com a finalidade de favorecer o desmame da ventilação mecânica. No entanto, não se conhece o real impacto da traqueostomia nos diversos grupos de pacientes em nosso meio. O objetivo deste trabalho foi avaliar características epidemiológicas dos pacientes submetidos à traqueostomia na unidade de terapia intensiva da Santa Casa de Belo Horizonte e traçar paralelos com outros estudos semelhantes. MÉTODOS: Estudo descritivo, retrospectivo, através de revisão de prontuários e banco de dados do sistema "QuaTI" (Qualidade em Terapia Intensiva) de 87 pacientes traqueostomizados no ano de 2007. RESULTADOS: A análise dos 87 pacientes estudados mostrou média de idade de 58 &plusmn; 17 anos, média do APACHE II de 18 &plusmn; 6, tempo médio de intubação orotraqueal de 11,17 &plusmn; 4,78 dias, mortalidade na unidade de terapia intensiva de 40,2% e mortalidade hospitalar geral de 62,1%. A média de idade dos pacientes que faleceram na unidade de terapia intensiva (65 &plusmn; 17 anos) foi maior que a daqueles que receberam alta (53 &plusmn; 16 anos)p = 0,003. A média de idade dos indivíduos que faleceram no hospital (62 &plusmn; 17anos) foi maior que a dos sobreviventes (52 &plusmn; 16 anos) p = 0,008. A senilidade (idade maior ou igual a 65 anos) constituiu fator relacionado a mortalidade na unidade de terapia intensiva (OR 2,874, IC 1,165 a 7,088 p = 0,020) e à mortalidade hospitalar geral (OR 3,202, IC 1,188 a 8,628 p = 0,019). Não foram observadas outras variáveis associados a mortalidade. CONCLUSÕES: O perfil epidemiológico de pacientes traqueostomizados na unidade de terapia intensiva deste estudo revelou elevada taxa de mortalidade ao se comparar com estudos internacionais. A senilidade esteve relacionada a pior desfecho nestes pacientes. Não foram identificados outros aspectos relacionados a mortalidade no grupo estudado.<br>OBJECTIVES: Tracheostomy is a common procedure in intensive care unit to promote mechanical ventilation weaning. Despite tracheostomy is increasingly used there is no agreement of actual clinical practice of tracheostomy in different groups of patients in our environment. Objective of this study was to evaluate the epidemiological profile and outcomes of patients with tracheostomy at a clinical-surgical intensive care unit and compare this profile with the current literature. METHODS: Retrospective descriptive study through review of medical records and quality control database of "QuaTI" (Qualidade em Terapia Intensiva) of 87 patients with tracheostomy at Santa Casa de Belo Horizonte intensive care unit in 2007. We studied variables related to evolution aspects. RESULTS: The clinical and epidemiological analysis of the 87 patients showed: mean age 58 &plusmn; 17 years, mean Acute Physiology and Chronic Health Evaluation - APACHE II 18 &plusmn; 6, mean time of orotracheal intubation before tracheostomy of 11.17 &plusmn; 4.78 days. Intensive care unit mortality was 40.2% (35/87 patients), ward mortality was 36.5% (19/52) and overall hospital mortality 62.1% (54/87). Mean age of patients who died at intensive care unit (65 + 17 years) was greater than who were discharged to ward (53 &plusmn; 16 years) p = 0.003. Mean age of who died in hospital (intensive care unit and ward) (62 &plusmn; 17 years) was also higher than survivors (52 &plusmn; 16 years) p = 0.008. Old age (> 65 years) was related to intensive care unit mortality (OR 2.874, CI 1.165 a 7.088 p = 0.020) and also related to the overall hospital mortality (OR 3.202, CI 1.188 a 8.628 p = 0.019). There were not others variables related to mortality in this sample. CONCLUSIONS: The epidemiological profile of patients who underwent tracheotomy in the intensive care unit showed high mortality rate when compared to international series. Senility was related to worse outcome in these patients. Other issues were not related mortality in this group.
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