Summary: | Esta pesquisa objetivou caracterizar o impacto da violência na dinâmica relacional familiar, assim como sua transgeracionalidade, em famílias de mulheres que sofreram agressão física. O estudo foi de natureza exploratório-descritiva e adotou a metodologia qualitativa. As participantes foram 10 mulheres que sofreram violência física e que prestaram queixa em uma Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher. A coleta de dados foi realizada através de entrevista semiestruturada, que subsidiou a construção do genograma familiar. Para a análise dos dados, foram utilizados a teoria fundamentada empiricamente (Grounded Theory) e o software Atlas/ti 5.0. Constatou-se um conjunto de justificativas das participantes para terem permanecido ao lado dos agressores, apesar de terem sofrido outras situações de violência e o impacto da violência em crianças e adolescentes que viviam próximos a elas. Com a construção do genograma, evidenciou-se a transgeracionalidade da violência, sendo que os integrantes de suas famílias de origem apresentaram um padrão de relação familiar semelhante ao delas. Compreende-se que os resultados deste estudo reforçam as relações de gênero e a transgeracionalidade da violência como pontos importantes a serem considerados no momento de pensar e implementar pesquisas, ações e políticas referentes às mulheres em situação de violência.
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