Estudo sobre a contribuição da autópsia como método diagnóstico Study on the contribution of the autopsy as a diagnostic tool
INTRODUÇÃO: As taxas hospitalares de autópsias vêm diminuindo mundialmente, atingindo níveis críticos no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (HC-UFMG) no que concerne a autópsias não-perinatais. OBJETIVO: Verificar se houve diminuição da relevância da autópsia no HC-UFMG. M...
Main Authors: | , , |
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Format: | Article |
Language: | English |
Published: |
Sociedade Brasileira de Patologia Clínica
2009-06-01
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Series: | Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial |
Subjects: | |
Online Access: | http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1676-24442009000300009 |
Summary: | INTRODUÇÃO: As taxas hospitalares de autópsias vêm diminuindo mundialmente, atingindo níveis críticos no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (HC-UFMG) no que concerne a autópsias não-perinatais. OBJETIVO: Verificar se houve diminuição da relevância da autópsia no HC-UFMG. METODOLOGIA: Realizou-se estudo comparativo entre diagnósticos clínicos e post mortem, estabelecendo taxas de discordância com impacto terapêutico ou prognóstico em duas amostras aleatórias de 80 autópsias realizadas no HC-UFMG nos anos 1970 e outras 80 nos anos 1990, incluindo procedimentos perinatais e não-perinatais. RESULTADOS: Autópsias não-perinatais (adultos e crianças) predominaram na década de 1970. As perinatais (natimortos e neomortos) predominaram na década de 1990, com discordâncias em 56% dos casos. Discordâncias parciais, com correta classificação de malformações congênitas pela autópsia, foram as mais frequentes. Não houve discordâncias na maioria das autópsias de crianças na década de 1970; entretanto, a maioria destas na amostra da década de 1990 revelou discordâncias. Em relação aos adultos, a frequência de erros diagnósticos não apresentou alterações significativas entre as décadas de 1970 (68%) e 1990 (57%). Infecções bacterianas e tromboembolismo pulmonar constituíram frequentes condições não diagnosticadas clinicamente na década de 1970; nos anos 90, os diagnósticos não formulados em vida formaram grupo heterogêneo de doenças. CONCLUSÃO: A autópsia permanece útil como método diagnóstico, apesar de restritamente utilizada na atualidade. É necessária elevação das taxas de autópsias não-perinatas para evitar os efeitos deletérios de sua ausência no ensino, na pesquisa e no controle de qualidade da assistência médica.<br>BACKGROUND: Hospital autopsy rates have declined worldwide and non-perinatal autopsies have reached extremely low numbers at the University Hospital of Federal University of Minas Gerais (HC-UFMG). OBJECTIVES: To determine if there has been a decrease in the relevance of autopsy at HC-UFMG. METHODS: A comparative study between clinical diagnoses and autopsy findings was conducted, establishing discrepancy rates with therapeutic or prognostic impact on two random samples from 80 autopsies performed at HC-UFMG in the mid 1970’s and 80 autopsies in the 1990’s, both including perinatal and non-perinatal procedures. RESULTS: Non-perinatal (adult and pediatric) autopsies predominated in the 1970’s. Perinatal autopsies (stillbirth and neonatal mortality) predominated in the 1990’s, with a discrepancy rate of 56%. Partial discrepancies, with correct classification of congenital malformations by autopsy, were the most frequent. There were no discrepancies in most pediatric autopsies from the 1970’s. However, most pediatric autopsies from the 1990’s revealed discrepancies. As to the adults, the frequency of diagnostic errors did not change significantly from 1970’s (68%) to 1990’s (57%). Bacterial infections and pulmonary embolism were common conditions that were not clinically diagnosed in the 1970’s; in the 1990s, the post mortem diagnoses comprised a heterogeneous group of diseases. CONCLUSION: Autopsies remain as a useful diagnostic tool in spite of its restricted use currently. The rates of non-perinatal autopsies need urgent improving in order to avoid deleterious effects on medical education, research and quality control of medical care. |
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ISSN: | 1676-2444 1678-4774 |