A morte na infância e sua representação para o médico: reflexões sobre a prática pediátrica em diferentes contextos Infant death and its representation for the physician: reflections about pediatric practice in diferent contexts

A morte - essa certeza presente direta ou indiretamente em algum momento da vida de todo ser humano - tem sido, especialmente no século XX, um tema proibido, negado, esquecido. Os médicos, apesar de uma experiência mais próxima com a morte, através da sua vivência profissional cotidiana, não consegu...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Leandro Hoffmann
Format: Article
Language:English
Published: Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz 1993-09-01
Series:Cadernos de Saúde Pública
Subjects:
Online Access:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X1993000300023
Description
Summary:A morte - essa certeza presente direta ou indiretamente em algum momento da vida de todo ser humano - tem sido, especialmente no século XX, um tema proibido, negado, esquecido. Os médicos, apesar de uma experiência mais próxima com a morte, através da sua vivência profissional cotidiana, não conseguem se familiarizar com ela; pelo contrário, o confronto com a morte sempre desperta sentimentos conflitantes de fracasso, culpa, impotência. Através da análise e reflexão de diferentes vivências, principalmente frente à crucialidade da morte na infância, buscou-se compreender a representação deste momento na vida do médico. Apesar do tradicional silêncio das escolas médicas frente a este questionamento, assinala-se, com o apoio da unanimidade dos entrevistados, a importância da introdução de discussões sobre a morte e o morrer no processo de formação do médico, com o objetivo de compreender a morte enquanto parte integrante da vida e promover a humanização do atendimento aos pacientes terminais e seus familiares.<br>Death - this certainty, which is directly or indirectly present somewhere in every human being's life - has been a forbidden, denied, and forgotten matter, especially in the twentieth century. Although physicians have a closer experience with death through their daily professional contact, they are unable to become familiar with it, although facing this reality always provokes conflicting feelings like defeat, guilt, and impotence. In spite of the traditional silence on this matter in medical schools, it is important to introduce discussions about death and dying in the medical school curriculum. This idea was suggested by all the interviewees and we completely agree with it. It may facilitate the process of understanding death as an integral part of life and promote humanization in caring for dying patients and their families.
ISSN:0102-311X
1678-4464