A seleção natural como narrativa sobre o grande divisor, a biossemiótica e as etnografias das pessoas humanas e não-humanas

Proponho uma leitura do neodarwinismo a partir de trabalhos de cientistas que pesquisam sobre o efeito de mutações não aleatórias (também chamadas dirigidas, interpretativas ou epigenéticas) e sobre a biossemiótica de Kalevi Kull, sempre no intuito de evidenciar a existência de visões diferentes da...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Gláucia Oliveira Silva
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Universidade do Estado do Rio de Janeiro 2020-08-01
Series:Interseções
Subjects:
Description
Summary:Proponho uma leitura do neodarwinismo a partir de trabalhos de cientistas que pesquisam sobre o efeito de mutações não aleatórias (também chamadas dirigidas, interpretativas ou epigenéticas) e sobre a biossemiótica de Kalevi Kull, sempre no intuito de evidenciar a existência de visões diferentes da hegemônica. Discuto as críticas formuladas por Tim Ingold à biologia contemporânea e sua alternativa às metáforas dos geneticistas, afirmando que as considero fiéis à teoria, que é o que deve ser criticado. Finalmente, aponto que há, em alguma medida, convergência entre alguns biólogos e antropólogos, na percepção dos seres vivos como “pessoas”, dotados de autoconsciência, e de uma Umwelt, tal como formulada por Jakob Uexküll. Sob a influência da crítica ao Grande Divisor, o perspectivismo e a etnografia multiespécie evidenciam, na antropologia, formas inéditas de lidar com os não humanos.
ISSN:2317-1456