Summary: | Magnetic resonance imaging (MRI) is currently considered an essential complementary method for diagnosis in many conditions. Exponential growth in its use is expected due to the aging population and a broader spectrum of clinical indications. Growth in its use, coupled with an increasing number of pacemaker implants, implantable cardioverter-defibrillators and cardiac resynchronization therapy, has led to a frequent clinical need for this diagnostic modality in patients with cardiac implantable electronic devices (CIED). This clinical need has fueled the development of devices specifically designed and approved for use in a magnetic resonance (MR) environment under certain safety conditions (MR-conditional devices). More than a decade after the introduction of the first MR-conditional pacemaker, there are now several dozen MR-conditional devices with different safety specifications. In recent years, increasing evidence has indicated there is a low risk to MRI use in conventional (so-called non-MR-conditional) CIED patients in the right circumstances. The increasing number, as well as the greater diversity and complexity of implanted devices justify the need to standardize procedures, by establishing institutional agreements that require close collaboration between cardiologists and radiologists. This consensus document, prepared jointly by the Portuguese Society of Cardiology and the Portuguese Society of Radiology and Nuclear Medicine, provides general guidelines for MRI in patients with CIED, ensuring the safety of patients, health professionals and equipment. In addition to briefly reviewing the potential risks of MRI in patients with CIED and major changes to MRI-conditional devices, this article provides specific recommendations regarding risk-benefit analysis, informed consent, scheduling, programming strategies, devices, monitoring and modification of MRI sequences. The ultimate goal of this document is to optimize patient safety and provide legal support to facilitate easy access by CIED patients to a potentially beneficial and irreplaceable diagnostic technique. Resumo: A Ressonância Magnética (RM) é atualmente considerada um método complementar de diagnóstico fundamental em inúmeras patologias, sendo expectável um crescimento exponencial da sua utilização em virtude do envelhecimento da população e alargamento do espectro de indicações clínicas. Esta utilização crescente, aliada a um aumento do número de implantes de pacemakers, cardioversores-desfibrilhadores implantáveis e terapêutica de ressincronização cardíaca, conduziu a uma necessidade clínica frequente de realização desta modalidade diagnóstica em doentes portadores de dispositivos cardíacos eletrónicos implantáveis (DCEI). Esta necessidade clínica impulsionou o desenvolvimento de dispositivos especificamente desenhados e aprovados para utilização em ambiente de RM, sob determinadas condições de segurança (dispositivos RM-condicionais). Volvida mais de uma década após a introdução do primeiro pacemaker RM-condicional, existem hoje várias dezenas de dispositivos considerados RM-condicionais, com diferentes especificações de segurança. Paralelamente, nos últimos anos, evidência crescente tem indicado um baixo risco da utilização da RM em doentes com DCEI convencionais (ditos não-RM-condicionais), em circunstâncias apropriadas. O número crescente, assim como a grande diversidade e complexidade de dispositivos implantados justificam a necessidade de normalizar procedimentos, com estabelecimento de protocolos institucionais que implicam uma colaboração estreita entre Cardiologistas e Radiologistas. Este documento de consenso, elaborado em conjunto pelas Sociedades Portuguesas de Cardiologia e de Radiologia e Medicina Nuclear, fornece normas de orientação gerais que visam a realização de RM em doentes portadores de DCEI, assegurando a segurança do doente, dos profissionais de saúde e dos equipamentos. Para além do rever brevemente os potenciais riscos da RM em doentes portadores de DCEI e principais modificações introduzidas nos dispositivos RM-condicionais, o presente artigo fornece recomendações específicas relativamente à análise da relação risco/benefício, consentimento informado do paciente, agendamento, estratégias de programação dos dispositivos, monitorização e modificação das sequências de RM. O objetivo final deste documento é otimizar a segurança do doente e fornecer suporte legal, de forma a promover um acesso facilitado dos doentes portadores de DCEI a uma técnica diagnóstica potencialmente benéfica e insubstituível.
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