O Governo dos Sentimentos Morais no Século XVIII

RESUMO O presente artigo realiza uma história da noção de sentimentos morais na governamentalidade britânica do século XVIII e de sua estratégia de poder “emocional”, a qual difere de outras concepções gerais de vida “emocional”, como a de paixões do século XVII. Partindo do construcionismo social d...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Daniel Pereira Andrade
Format: Article
Language:English
Published: Universidade do Estado do Rio de Janeiro 2016-03-01
Series:Dados: Revista de Ciências Sociais
Subjects:
Online Access:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0011-52582016000100233&lng=en&tlng=en
Description
Summary:RESUMO O presente artigo realiza uma história da noção de sentimentos morais na governamentalidade britânica do século XVIII e de sua estratégia de poder “emocional”, a qual difere de outras concepções gerais de vida “emocional”, como a de paixões do século XVII. Partindo do construcionismo social das emoções, busca-se compreender como os discursos e as técnicas de poder moldam a maneira de sentir. Com este fim, são explicadas suas fontes causadoras (senso moral, simpatia e sociedade), como se relacionam com as demais faculdades da mente (julgamentos morais, razão, imaginação e memória), com o corpo (sensorial de dor e prazer) e como determinam as condutas. Após este percurso, argumenta-se que o discurso dos sentimentos morais constituiu um poder emocional caracterizado por determinados objetos (julgamentos morais), técnicas (simpatia, arte de agradar feminina e mitologização da comunidade nacional), finalidades (desenvolvimento da personalidade atrelado à integração grupal) e regras emocionais (prescrição do amor benevolente e moderação do amor de si) e expressivas (manifestações de solidariedade).
ISSN:1678-4588