Summary: | <p>O presente trabalho propõe uma leitura da obra “A hora da estrela”, de Clarice Lispector (1998), a partir da ideia de repressão sexual (USSEL, 1980; CHAUÍ, 1987), como um conjunto de interdições, permissões, normas, valores, regras estabelecidas histórica e culturalmente para controlar o exercício da sexualidade. A construção identitária (BOURDIEU, 1998; 2012) da mulher reprimida, de corpo escasso, opaco, virgem, inócuo e sem enfeites reflete a infância de Macabéa e a relação com a tia beata, influenciada pelo poder da religião (FOUCAULT, 2013). Através dos <em>flashbacks</em> relatados por um narrador fictício e das (re)ações de Macabéa perante o mundo, busca-se entender como se constitui uma das últimas personagens femininas de Clarice Lispector, sua abnegação à libido, ao desejo e ao sexo até sua existência plena, exercida no último suspiro. Trata-se de uma análise que propõe um diálogo entre Literatura, Psicanálise e Filosofia, que se ancora na linguística aplicada indisciplinar (MOITA LOPES, 2006), como tentativa de diminuir a distância entre os estudos sobre a língua e a literatura, tão presente em muitos cursos de Letras.</p><p> </p><p><strong>DOI:</strong><span> https://doi.org/10.47295/mren.v6i2.1326</span></p>
|