Summary: | Este artigo tem como objetivo analisar como os profissionais das equipes de saúde mental do sistema socioeducativo do Rio de Janeiro, Brasil, percebem as relações estabelecidas com a Rede de Atenção Psicossocial para atenção às questões de saúde mental dos adolescentes que cumprem medida de internação. Realizaram-se nove entrevistas com profissionais de saúde mental do sistema e os resultados foram apresentados tendo como referência a análise de discurso crítica de Fairclough. Os resultados foram organizados em três partes: relação entre as equipes de saúde mental e a rede, dificuldades das equipes das unidades e dos serviços da rede, e perspectivas e propostas. Pela lógica de construção dos argumentos identificados percebeu-se que a fragilidade dos pactos entre os gestores do Sistema Único de Saúde e do sistema socioeducativo impacta o cotidiano das ações de saúde mental desenvolvidas pelas equipes das unidades. Esse cenário associa-se a outros problemas estruturais, como a falta de transporte e a indisponibilidade de agentes para acompanharem os adolescentes nos atendimentos externos, e às resistências dos profissionais tanto dentro quanto fora das unidades. Evidencia-se haver um isolamento tanto dos adolescentes quanto dos profissionais em relação às ações e políticas de saúde mental do território.
|