Investigação geotécnica de taludes rochosos por meio da análise estrutural: estudo de caso da BR-116, Rio Grande do Sul

A BR-116, localizada no nordeste do estado do Rio Grande do Sul, atravessa a Escarpa da Serra Geral, composta de derrames ácidos e básicos da Formação Serra Geral. Diversos movimentos de massa são observados na rodovia, relacionados com a queda e os deslizamentos de blocos dos taludes rochosos. Com...

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Bibliographic Details
Main Authors: Luiz Felipe Nadalin, Alberto Pio Fiori, Donizeti Antônio Giusti, Eduardo Salamuni
Format: Article
Language:English
Published: Universidade de São Paulo 2020-12-01
Series:Geologia USP. Série Científica
Subjects:
Online Access:https://www.revistas.usp.br/guspsc/article/view/180299
Description
Summary:A BR-116, localizada no nordeste do estado do Rio Grande do Sul, atravessa a Escarpa da Serra Geral, composta de derrames ácidos e básicos da Formação Serra Geral. Diversos movimentos de massa são observados na rodovia, relacionados com a queda e os deslizamentos de blocos dos taludes rochosos. Como hipótese, pretendeu-se verificar se as famílias de fraturas tectônicas regionais causam os movimentos de massa nos taludes da BR-116. O objetivo desta pesquisa foi aperfeiçoar os métodos de investigação geotécnica, correlacionando a Geologia Estrutural com a estabilidade de taludes rochosos. Entre os métodos utilizados estão o sensoriamento remoto e a análise de lineamentos estruturais, a análise estrutural geométrica e a análise geotécnica dos maciços rochosos (identificação de possíveis planos de ruptura e cálculo de seus fatores de segurança). Os resultados dos lineamentos estruturais regionais indicam o predomínio da direção ENE, seguida pelas direções subordinadas NE e WNW. Em relação às fraturas de alto ângulo analisadas em campo, caracterizou-se um máximo com direção N50-70E, similar ao observado regionalmente. A interpretação do diagrama de movimentos de massa indica que 75% dos movimentos que podem ocorrer na BR-116 seriam causados por deslizamentos em cunha, e o restante são planares, com predomínio de descontinuidades de alto ângulo. A direção máxima dos lineamentos (N70-90E) pode causar movimentos em seis dos sete taludes estudados, e o segundo máximo (N60-80W) condiciona deslizamentos em quatro dos sete pontos. Essa evidência mostra que as estruturas provenientes dos lineamentos regionais são as que mais podem gerar movimentos de massa.
ISSN:2316-9095