Summary: | Este é um texto que articula um material autobiográfico, situando minha posição como mulher negra, ativista antirracista e antissexista e, sobretudo, o percurso de minha formação como ialorixá do candomblé. Busco aqui refletir sobre os modos como a trajetória de vida, retomada pela memória, atribui sentidos, inspira lutas, inclusive as nossas mesmas, constrói agendas e posiciona nossas vidas em relação ao gesto da fé, que, no candomblé e em outras religiões de matrizes afro-indígenas, é sempre acompanhado de ações em comunidade. Em função do apelo à memória, este trabalho não trará aportes bibliográficos, mas aqueles que, encarnados na oralidade, trazem elementos da história vivida que penso serem suficientes para articular esse vínculo entre trajetória, luta política e religiosidade. Não se trata de negar a pesquisa, pois eu mesma sou uma pesquisadora, mas em priorizar, nesse relato, o que minha própria história me legou.
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