Noites tropicais: o Brasil e a nova era da não proliferação e do desarmamento nucleares (2003-2010)

O objetivo deste artigo é examinar as posições defendidas pelo Brasil durante a administração Lula (2003-2010) quanto à não proliferação, ao desarmamento e aos usos pacíficos da energia nuclear. O argumento central aponta que o Brasil consolidava aspirações presentes em momentos anteriores e desejav...

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Main Author: Diego Santos Vieira de Jesus
Format: Article
Language:English
Published: Universidade Federal do Paraná 2012-10-01
Series:Revista de Sociologia e Política
Subjects:
Online Access:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-44782012000300003&lng=en&tlng=en
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spelling doaj-9e25d8a7fe1a46e5862261f38308dd5f2020-11-24T23:24:08ZengUniversidade Federal do ParanáRevista de Sociologia e Política1678-98732012-10-012043435710.1590/S0104-44782012000300003S0104-44782012000300003Noites tropicais: o Brasil e a nova era da não proliferação e do desarmamento nucleares (2003-2010)Diego Santos Vieira de Jesus0Pontifícia Universidade Católica do Rio de JaneiroO objetivo deste artigo é examinar as posições defendidas pelo Brasil durante a administração Lula (2003-2010) quanto à não proliferação, ao desarmamento e aos usos pacíficos da energia nuclear. O argumento central aponta que o Brasil consolidava aspirações presentes em momentos anteriores e desejava colocar-se como interlocutor entre os estados nuclearmente e não nuclearmente armados, a fim de reforçar sua posição como um solucionador de disputas e beneficiar-se em termos de uma maior participação nos fóruns internacionais, em particular da ampliação de sua atuação no desenvolvimento de regras e normas que limitassem ações unilaterais de grandes potências e preservassem a flexibilidade para a articulação dos interesses de estados emergentes. O Brasil almejava pressionar os estados nuclearmente armados para que cumprissem suas obrigações de desarmamento, enquanto procurava preservar a autonomia para desenvolver atividades nucleares pacíficas. Na primeira seção, são examinados o desenvolvimento do programa nuclear brasileiro e a posição do Estado quanto a regimes internacionais nas áreas de não proliferação e desarmamento nucleares. Nas seções seguintes, é investigada a posição da administração Lula quanto à não proliferação e aos usos pacíficos da energia nuclear e, a seguir, ao desarmamento nuclear. Dentre as conclusões atingidas, cabe destacar que, ao mesmo tempo em que o Brasil viabilizou o diálogo com as potências do Norte e garantiu estabilidade e segurança regionais, ele operou como catalisador das demandas de estados em instituições nas quais buscavam ampliar oportunidades de voz.http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-44782012000300003&lng=en&tlng=enBrésilnon-proliférationdésarmementarmes nucléairesénergie nucléaire
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