Summary: | Os tipógrafos, pela própria natureza da sua atividade, que pressupunha o domínio da leitura, da escrita e do processo de produção de impressos, estiveram entre as categorias mais ativas no lançamento de títulos destinados a tratar de questões específicas do seu ofício, além de participarem, fosse como responsáveis e/ou colaboradores de periódicos que extrapolavam o âmbito das oficinas gráficas e abordavam questões relativas à condição do trabalhador assalariado. Assim, em diferentes latitudes, essa categoria esteve entre as primeiras a organizar-se em associações e a valer-se da imprensa para publicizar suas demandas e leituras de mundo. Nesse artigo, o foco recai sobre a Revista Tipográfica, que circulou no Rio de Janeiro entre 1888 e 1890. Além de inserir a publicação em perspectiva histórica e fornecer um panorama de suas características, trajetória e responsáveis, objetiva-se evidenciar a percepção que os tipógrafos tinham de sua profissão, de que forma se autorrepresentavam e como avaliavam o estágio da arte tipográfica no Brasil, isso em um momento em que publicações mais sofisticadas, do ponto de vista da impressão e das imagens, como A Ilustração (Paris, 1884-1892), tinham que ser produzidas além das fronteiras nacionais
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