Summary: | Um estudo retrospectivo foi conduzido com análise dos prontuários médicos de prostitutas atendidas no Centro de Referência para DST/AIDS em Vitória (ES) no período de janeiro de 1993 a dezembro de 1996. Durante este período, 180 mulheres receberam atendimento médico e psicológico nesta clínica. A média de idade foi de 25,9 anos (DP = 6,8). De um total de 180 mulheres, 140 concordaram em serem testadas para HIV, das quais 12 (8,6%) apresentaram resultado positivo. De 157 mulheres que concordaram em serem testadas para sífilis, 13 (8,3%) apresentaram o VDRL positivo. Quanto ao nível de educação, 6 mulheres (3,3%) eram analfabetas, 114 (63,3%) completaram o primeiro grau, 37 (20,6%) estudaram até o segundo grau, 7 (3,9%) estavam na universidade e 16 (8,9%) não quiseram informar. Quanto ao estado civil, 141 (78,3%) eram solteiras, 17 (9,4%) casadas, 10 (5,5%) divorciadas e 4 (2,2%) viúvas. Quanto à freqüência do uso de condom, 56 (31,3%) relataram que sempre usavam, 93 (52,0%) às vezes e 30 (16,8%) nunca usavam. Doenças sexualmente transmissíveis (DST) prévias foram relatadas por 89 mulheres (49,4%) e 46 (25,6%) apresentavam alguma DST na ocasião da consulta. Nove mulheres (5,0%) relataram uso de drogas injetáveis. Houve diferença estatisticamente significante entre o grupo com sorologia para HIV negativo e o positivo quando se comparou o uso de drogas injetáveis (p=0,031) e a infecção por sífilis (p=0,014). O presente estudo mostrou que as taxas de prevalência da infecção pelo HIV em trabalhadoras do sexo são mais altas que as encontradas na população em geral. Isto aponta para a necessidade de reforçar a assistência médica e campanhas educativas, especialmente direcionadas para esta população de mulheres, abordando a importância do uso regular do preservativo e dos riscos associados ao uso de drogas injetáveis.<br>A retrospective study examining medical records of female prostitutes attending the STD/AIDS Reference Center in Vitória, Brazil from January/93 to December/96 was conducted. During this period, 180 women received medical and psychological care in this clinic. Mean age was 25.9 year (SD=6.8). Out of 180, 140 agreed to be tested for HIV, of whom 12 (8.6%) had a positive result. Among 157 women who agreed to be tested for syphilis, 144 (91.7%) had a negative result, while 13 (8.3%) had a positive one. According to the educational degree, 6 (3.3%) women were illiterate, 114 (63.3%) attended elementary school, 37 (20.6%) attended secondary school, 7 (3.9%) went to college and 16 gave no information. One hundred and forty-one patients (78.3%) were single, 17 (9.4%) married, 10 (5,5%) divorced and 4 (2.2%) widows. The frequency of condom use was: always, 56 (31.3%), sometimes, 93 (52.0%), and 30 (16.8%) never used condoms. Other STDs were reported by 89 (49.4%) women and 9 (5.0%) reported intravenous (IV) drug use. There was a significant difference between the HIV positive and the negative group only regarding IV drug abuse (p=0.031) and syphilis infection (p=0.014). The present study showed prevalence rates of HIV infection among prostitutes in Vitória much higher than those found in the general population. There is a pressing need to improve medical assistance and educational campaigns especially designed to reach this population of women, and focusing the importance of regular condom use and the risks associated with IV drug abuse.
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