Entre Margens

A aproximação das duas obras em questão, A jangada de Pedra e “A terceira margem do rio”, de José Saramago e Guimarães Rosa, respectivamente, evidencia a atitude questionadora dos autores, que ousaram buscar a diferença, o insólito, numa tentativa de destituir o absoluto. Percebe-se, nessas obras, a...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Raiane Cordeiro de Souza Moreira, Maria Cristina Pimentel Campos
Format: Article
Language:English
Published: Universidade Federal de Viçosa 2016-07-01
Series:Gláuks Online
Online Access:http://www.brazilianstudies.com/ojs/index.php/glauks/article/view/432
Description
Summary:A aproximação das duas obras em questão, A jangada de Pedra e “A terceira margem do rio”, de José Saramago e Guimarães Rosa, respectivamente, evidencia a atitude questionadora dos autores, que ousaram buscar a diferença, o insólito, numa tentativa de destituir o absoluto. Percebe-se, nessas obras, a busca da defesa de um espaço de exceção. As narrativas se passam no “entre-lugar”, no “nãolugar”, e as personagens são marcadas pela busca de identidade e de autoconhecimento. O espaço escolhido pelos autores denota não mais o uno e o absoluto ou a bipolaridade, mas um lugar terceiro, em que as contradições e os opostos estão reunidos. Em ambas as narrativas, a travessia representa a vida e as “embarcações”, a canoa e a jangada, seriam os próprios meios de conduzi-la. Busca-se, assim, observar o mundo de um ponto de vista que permite captar da melhor forma o movimento dos fenômenos em sua pluralidade e diversidade, percebendo a cultura pós-moderna marcada sempre por um movimento emergente das margens.
ISSN:1415-9015
2318-7131