Summary: | Este artigo focar-se-á nas diversas formas como, nos seus poemas e ficções, os escritores românticos e vitorianos exploram os conceitos filosóficos e as categorias antropológicas associados ao 'humano', ao 'não-humano' e ao 'pós-humano' – num ‘admirável mundo novo’ oitocentista, cada vez mais casuístico e distópico. O artigo tentará mostrar como, no ambiente industrial, tecnológico e científico em rápido desenvolvimento do século XIX inglês, autores como Blake, Byron, os Shelleys, Dickens, Gaskell, Stevenson e Wells imaginativamente propõem diferentes possibilidades ontológicas para a existência e a reprodução do 'sujeito', não apenas especulando sobre os 'futuros' da humanidade e das humanidades, mas revelando também as suas próprias esperanças e medos mais íntimos; nomeadamente, do que um novo ‘ser' poderia implicar. O artigo mostrará que as criações ecléticas destes escritores britânicos abriram o caminho para uma realidade pós-humana cada vez mais complexa, cujos agentes culturais adaptaram e transformaram em ficções cinematográficas e metáforas multimédia que, ainda hoje, assombram a cultura popular e desafiam as comunidades científica e académica.
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