Summary: | O presente trabalho analisará o direito à educação não formal das crianças Kaiowá que circulam dentro de seu território (povoado), em que elas vivem juntamente com sua família e recebem os ensinamentos da educação tradicional. Na aldeia, as crianças encontram-se por todos os lugares, participam da vida dos adultos que transitam na aldeia, brincam nas trilhas que ligam as casas à mata e têm autonomia e liberdade para circular dentro do território. O enfoque é entender que a infância das crianças Kaiowá perpassa as brincadeiras, a educação não formal, os modos de ensinar e aprender, a cosmovisão e a representação que lhes permitem uma melhor compreensão e partilha do viver social na aldeia. Nesta comunidade, as crianças e suas famílias ocupam um pequeno fragmento de seu território ancestral, o qual se encontra em um processo judicial de reintegração de posse, porém as crianças circulam livremente pelas trilhas na aldeia para visitar os parentes, caçar passarinhos, coletar frutas e tomar banho no córrego Karajá Arrojo. A vivência delas se diferencia das atividades dos adultos, embora suas responsabilidades e liberdades sejam diferentes de acordo com a idade de cada uma. Perceber como aprendem os ensinamentos por meio da educação não formal por meio da circularidade vivida dentro do território é um direito que lhes assegura manter viva sua história, sua cultura e a tradição.
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