A negra que não está na capa de revista: debates sobre raça e gênero

As capas das revistas femininas são conhecidas por destacar personalidades que sejam referenciais de beleza, ícones de estilo de vida e reconhecidas pelo grande público. Mas, no que se refere à aparência, nota-se a seleção quase absoluta de personagens brancas, o que pode servir como pano de fundo...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Gabrielle Vivian Bittelbrun
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Universidade Federal de Santa Catarina 2016-06-01
Series:Anuário de Literatura
Subjects:
Online Access:https://periodicos.ufsc.br/index.php/literatura/article/view/40957
Description
Summary:As capas das revistas femininas são conhecidas por destacar personalidades que sejam referenciais de beleza, ícones de estilo de vida e reconhecidas pelo grande público. Mas, no que se refere à aparência, nota-se a seleção quase absoluta de personagens brancas, o que pode servir como pano de fundo para se analisar a temática racial no Brasil. Afinal, enquanto contribuem para a manutenção do corpo branco em um lugar privilegiado, revistas consolidadas no mercado editorial brasileiro, como é o caso dos títulos Claudia e TPM, não deixam de reforçar a invisibilização das negras. Nesse espaço, pretende-se discutir tais questões, admitindo-se ainda que são resultado de um processo histórico, remetendo à ideologia de branqueamento, ao mesmo tempo em que escondendo discriminações por baixo da problemática máxima de “democracia racial”. Faz-se indispensável também debater como o quesito “raça” se delineou no contexto brasileiro e levantar possibilidades de subversão a partir do uso político do termo, defendido por Guimarães (2002) e Schwarcz (2012).
ISSN:1414-5235
2175-7917