“CULTURA NEGRA”, “POPULAÇÃO NEGRA” E POLÍTICAS DE SAÚDE: ABORDAGENS ETNOGRÁFICAS AO ESTUDO DA POLÍTICA DE SAÚDE DA POPULAÇÃO NEGRA EM SALVADOR, BAHIA
Esse artigo analisa o uso de noções de “cultura negra”, “raça” e “an- cestralidade” nos programas relacionados à política pública denominada de “Saúde da População Negra” na cidade de Salvador, Bahia. Implementadas a partir de meados da década de 2000, essas políticas têm como fundamenta- ção e obje...
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Universidade Estadual de Feira de Santana
2017-02-01
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Series: | A Cor das Letras |
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doaj-96d7c9bdd8bc47d3acbad32890e933c32020-11-25T00:59:58ZspaUniversidade Estadual de Feira de SantanaA Cor das Letras1415-89732017-02-0114122123410.13102/cl.v14i1.1460783“CULTURA NEGRA”, “POPULAÇÃO NEGRA” E POLÍTICAS DE SAÚDE: ABORDAGENS ETNOGRÁFICAS AO ESTUDO DA POLÍTICA DE SAÚDE DA POPULAÇÃO NEGRA EM SALVADOR, BAHIAElena Calvo-Gonzalez0UFBAEsse artigo analisa o uso de noções de “cultura negra”, “raça” e “an- cestralidade” nos programas relacionados à política pública denominada de “Saúde da População Negra” na cidade de Salvador, Bahia. Implementadas a partir de meados da década de 2000, essas políticas têm como fundamenta- ção e objetivo a redução de iniquidades raciais, estatisticamente aferidas, em indicadores de saúde e acesso aos serviços de atenção à saúde, com ações como a difusão de conhecimento sobre doenças tidas como características da “população negra”, o treinamento e qualificação de profissionais da área da saúde no conhecimento e protocolos de atenção a essas doenças, e a realização de feiras de promoção à saúde. Para mostrar os elos, tanto explícitos quanto implícitos, presentes nessas políticas entre o “corpo negro”, “cultura negra” e noções históricas mais amplas sobre a natureza “miscigenada” da população brasileira, analiso etnograficamente duas ações: uma feira de saúde realizada num tradicional terreiro da cidade, e a difusão de material in- formativo sobre a doença falciforme entre familiares de pessoas recém diagnosticadas. Argumento existir uma certa ambiguidade e polissemia no desenho, implementação e recepção dessas políticas públicas, estando em constante diálogo tanto com noções mais amplas quanto mais restritas do que seria a “negritude”.http://periodicos.uefs.br/index.php/acordasletras/article/view/1460 |
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Esse artigo analisa o uso de noções de “cultura negra”, “raça” e “an- cestralidade” nos programas relacionados à política pública denominada de “Saúde da População Negra” na cidade de Salvador, Bahia. Implementadas a partir de meados da década de 2000, essas políticas têm como fundamenta- ção e objetivo a redução de iniquidades raciais, estatisticamente aferidas, em indicadores de saúde e acesso aos serviços de atenção à saúde, com ações como a difusão de conhecimento sobre doenças tidas como características da “população negra”, o treinamento e qualificação de profissionais da área da saúde no conhecimento e protocolos de atenção a essas doenças, e a realização de feiras de promoção à saúde. Para mostrar os elos, tanto explícitos quanto implícitos, presentes nessas políticas entre o “corpo negro”, “cultura negra” e noções históricas mais amplas sobre a natureza “miscigenada” da população brasileira, analiso etnograficamente duas ações: uma feira de saúde realizada num tradicional terreiro da cidade, e a difusão de material in- formativo sobre a doença falciforme entre familiares de pessoas recém diagnosticadas. Argumento existir uma certa ambiguidade e polissemia no desenho, implementação e recepção dessas políticas públicas, estando em constante diálogo tanto com noções mais amplas quanto mais restritas do que seria a “negritude”. |
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