Summary: | O objetivo desse artigo é analisar como a presença de professoras trans* nas universidades gera questionamentos e desestabilizações às normas de gênero, desencadeando negociações no que se refere às discussões e vivências de gênero e sexualidades no currículo do ensino superior. Nesse texto, foram produzidas análises iniciais a partir das entrevistas realizadas com duas professoras trans* em 2018. Essas professoras enfrentam diariamente questões sobre a abjeção de seus corpos e a produção dos discursos de anormalidade por serem pessoas que historicamente ocuparam as margens da sociedade e suas presenças enquanto professoras no Ensino Superior são causadoras de questionamentos, estranhamentos, com potencial para mudanças. Mesmo com todos os obstáculos, essas professoras desencadeiam novos padrões de aprendizagem, valorizam a afetividade e celebram a diferença, trabalhando num currículo produzido nas resistências diárias, na micropolítica, se desviando das diretrizes da macropolítica da educação que busca produzir subjetividades controladas.
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