Summary: | Neste texto, proponho uma discussão, com base na Análise de Discurso de vertente materialista, sobre a prática de leitura na escola com o propósito de desvelar a evidência do imaginário de texto e de leitura cristalizados em torno da literalidade da linguagem verbal e apresentar uma alternativa para a promoção da autoria em atividades de leitura e escrita na escola. Para isso, analiso diferentes gestos de leitura e de interpretação do livro de imagens Branca, da ilustradora e escritora Rosinha Campos, realizados por alunos de sétimos e oitavos anos do Ensino Fundamental. Esses diferentes gestos de interpretação revelam a opacidade da imagem e a possibilidade da polissemia na leitura, o que também permite aos alunos compreender o livro de imagens como um texto passível de leitura e de diferentes interpretações. A partir das análises, busco mostrar que a prática de leitura do livro de imagens em diferentes níveis de escolaridade pode ser uma alternativa pedagógica para a promoção da autoria já no processo de leitura, visto que permite a leitura polissêmica em aula e a tomada da posição de autor por parte do sujeito-aluno.
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