Esterilização feminina: liberdade e opressão Female sterilization: free choice and oppression
É mostrado que a esterilização feminina tem aumentado extraordinariamente nos últimos anos no Brasil. Em alguns Estados do Nordeste, este é o meio anticoncepcional mais comumente usado, sendo os hospitais estaduais e municipais e o Instituto Nacional de Assistência Médica e Previdência Social (INAMP...
Main Author: | |
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Format: | Article |
Language: | English |
Published: |
Universidade de São Paulo
1984-04-01
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Series: | Revista de Saúde Pública |
Subjects: | |
Online Access: | http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89101984000200009 |
Summary: | É mostrado que a esterilização feminina tem aumentado extraordinariamente nos últimos anos no Brasil. Em alguns Estados do Nordeste, este é o meio anticoncepcional mais comumente usado, sendo os hospitais estaduais e municipais e o Instituto Nacional de Assistência Médica e Previdência Social (INAMPS) os principais fornecedores. Entretanto, em que pese haver numerosos abusos praticados, de esterilizações realizadas sem o consentimento consciente da mulher, é provável que grande parte das esterilizações tenha sido solicitada pelas clientes, mas dentro de um conjunto de alternativas que elas individualmente são impotentes para alterar. Estas alternativas decorrem de determinantes sociais: posição desvantajosa da mulher na família e no mercado de trabalho, a cultura patriarcal, a política de mercantilização da saúde e a política demográfica.<br>Female sterilization has increased extraordinarily in the last few years in Brazil. In some Northeastern States, it is already the most common contraceptive method used, as it is provided by state and municipal hospitals and National Institute of Medical and Social Welfare. In spite of a large number of abuses, when women are sterilized without their informed consent, it is likely that a large proportion of sterilizations are actively sought by clients. However, this happens in response to a series of options which the women, as individuals, are powerless to change. These options arise from social determinative factors such as: the disavantages of the woman's position in the family and in the labor market, the patriarchal culture, commoditization of health and demographic policies. |
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ISSN: | 0034-8910 1518-8787 |