Paixão em vermelho e azul: Festival de Parintins celebra o folclore e a cultura popular brasileira

Uma Ilha Encantada protegida pelas águas do Rio Amazonas, onde durante três dias a paixão pela Cultura Popular marca o compasso ao ritmo de toadas. Assim é Parintins, uma cidade no coração da Amazônia, onde há 52 anos é realizado no final de Junho, um emocionante Festival Folclórico. Considerada a s...

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Main Author: Luana Dias
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Universidade Estadual de Campinas 2019-01-01
Series:PROA: Revista de Antropologia e Arte
Subjects:
Online Access:https://www.ifch.unicamp.br/ojs/index.php/proa/article/view/3355
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spelling doaj-92288eea5dc94241b38308b7c363c1042020-11-24T22:10:39ZporUniversidade Estadual de CampinasPROA: Revista de Antropologia e Arte2175-60152019-01-01282792922504Paixão em vermelho e azul: Festival de Parintins celebra o folclore e a cultura popular brasileiraLuana DiasUma Ilha Encantada protegida pelas águas do Rio Amazonas, onde durante três dias a paixão pela Cultura Popular marca o compasso ao ritmo de toadas. Assim é Parintins, uma cidade no coração da Amazônia, onde há 52 anos é realizado no final de Junho, um emocionante Festival Folclórico. Considerada a segunda maior festa do Brasil, somente superada pelo Carnaval do Rio, o evento mostra o “Boi-Bumbá”, a disputa entre dois grandes grupos folclóricos da região, representados por ‘bois’ de pano: um branco com um desenho de coração vermelho na testa, chamado Garantido; um outro preto, com uma estrela azul, chamado Caprichoso. As torcidas de cada boi se convertem em “nações” vermelha e azul, e a ilha se divide em Cores e Amores. A festa é um exemplo real da riqueza da cultura miscigenada do nosso país. A origem da celebração vem do Maranhão, onde é realizado o bumba-meu-boi, que conta, através da encenação de um auto, a história de Mãe Catirina, grávida, que tem o desejo de comer a língua do boi mais querido da fazenda. Para atender ao pedido, Pai Francisco mata o animal. Quando o Amo do Boi descobre, a tristeza acomete a Fazenda. A história chegou à Amazônia a partir da migração nordestina, no início do século XX; as famílias que ali se instalaram, trouxeram também na bagagem sua Cultura e Fé. Pouco a pouco, em Parintins, a encenação foi ganhando novas nuances e personagens, com a apresentação de lendas e rituais indígenas típicos da região. O Pajé, a Cunhã-Poranga (mulher mais bonita da aldeia), a Rainha do Folclore e a Porta-Estandarte entram em cena. As histórias são narradas pelo trio formado por um apresentador, um levantador de toadas - que canta as músicas durante todo o espetáculo, e o Amo, que exalta seu Boi e desafia o “Contrário” (como é chamado o adversário) em forma de versos. A exemplo da Ilha, que tem uma divisão geográfica e “emocional” entre as duas torcidas “azul” e “vermelha”, o Bumbódromo em forma de arena também é dividido em dois, onde as torcidas (as chamadas “Galeras” de cada Boi) participam e são parte fundamental da festa. A “Marujada” do Caprichoso e a “Batucada” do Garantido marcam o ritmo durante delirantes cinco horas de espetáculo por dia.  As criativas e suntuosas alegorias são elaboradas exclusivamente por artistas locais, e montadas e manipuladas sem nenhum artefato mecanizado, num ode ao conhecimento artesanal do Caboclo amazônico. Em tempos de desilusão política e econômica, Parintins vem para nos mostrar a força de um país que é capaz de celebrar o Amor, dando uma injeção de otimismo e mostrando o quão capazes somos de fazer um Sonho virar realidade.https://www.ifch.unicamp.br/ojs/index.php/proa/article/view/3355FotografiaParintins
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