Summary: | Com o objetivo de criticar a defesa do Princípio da Proliferação feita por Feyerabend, avaliaremos em que medida as ciências sociais se beneficiam do fato de abrigarem uma considerável diversidade de teorias e metodologias. A despeito de ser uma realidade nas disciplinas sociais, a proliferação nunca é vista como capaz de incrementar a testagem de uma teoria contrastando-a com alternativas. Os cientistas sociais descreem que existam falsificadores potenciais de uma teoria que só teorias diferentes se revelam aptas a localizar. Tendo de conviver com a diversidade explicativa, as ciências sociais contrariam a tese feyerabendiana de que, em virtude de cada teoria ter acesso apenas a determinados fatos, a desconsideração de alteridades deixa na penumbra fatos localizados por elas. A multiplicação de ópticas tem sido combatida recorrendo-se ao argumento da eliminação por meio do qual as teorias sociais já formuladas são escrutinadas com o objetivo de se demonstrar suas falhas e apontar uma alternativa como a única aceitável por ser a sobrevivente aos crivos empíricos. Apontaremos as razões pelas quais se tem recorrido ao argumento da eliminação contra a duplicação e a proliferação de teorias nas disciplinas sociais. A proliferação carece das vantagens epistêmicas que lhe atribui Feyerabend tendo em vista que as teorias sociais não testam umas às outras. Mesmo que possível, a testagem recíproca revela-se inútil porque se há fatos só localizáveis por uma teoria não se prestam a aferir outras teorias
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