O processamento de pistas de contextualização por estudantes haitianos no contexto de ensino do português brasileiro como língua de acolhimento
O contato intercultural oferece grande probabilidade para desalinhamentos interacionais, afetando o mútuo entendimento dos interlocutores, em razão dos distintos enquadres culturais em que os sujeitos se inserem. Diante dessa potencial não partilha de sentidos, nosso estudo visa a investigar que pi...
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Format: | Article |
Language: | Portuguese |
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Universidade do Minho
2018-11-01
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Series: | Diacrítica |
Online Access: | http://diacritica.ilch.uminho.pt/index.php/dia/article/view/65 |
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O contato intercultural oferece grande probabilidade para desalinhamentos interacionais, afetando o mútuo entendimento dos interlocutores, em razão dos distintos enquadres culturais em que os sujeitos se inserem. Diante dessa potencial não partilha de sentidos, nosso estudo visa a investigar que pistas de contextualização são processadas por aprendizes haitianos de português brasileiro como língua de acolhimento em contato com a professora nativa. Para tanto, o nosso estudo, enquadrado na sociolinguística interacional, reúne, especialmente, as contribuições de Grosso (2010) e Cabete (2010), no que tange ao novo contexto socioeducativo reivindicado pela agenda da língua de acolhimento, bem como de Gumperz (1982) e Albuquerque (2009, no prelo), relativas ao debate de pistas de contextualização. Como procedimentos metodológicos, realizamos notas de campo, sob as recomendações etnográficas, registrando a interação entre Patrícia (professora brasileira) e seus estudantes haitiano (João e Natália). Os excertos interacionais revelaram, de modo geral, que Natália não processou adequadamente as pistas de ordem não linguística que faziam referência ao termo Brasil, porém, assim como João, processou os sinais linguísticos e não linguísticos concernentes ao entendimento da expressão Tiradentes. Salientamos, por fim, que a sala de aula deve ser o cenário para dar visibilidade à construção conjunta de sentidos entre os atores sociais, constituindo-se, assim, como espaço para o acolhimento, a integração e a (re)construção identitária dos aprendizes.
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