Estamira e os frágeis limiares heterotópicos de resistência à psiquiatria enquanto estratégia de governo biopolítico das diferenças

O objetivo deste trabalho é averiguar as probabilidades de resistência à psiquiatria – enquanto um dispositivo biopolítico de governo das diferenças – presente nas falas e na existência da personagem Estamira, reproduzidas no documentário homônimo. Em termos metodológicos, utilizando as reflexões d...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: SILVIO de Azevedo Soares
Format: Article
Language:Spanish
Published: Universidade de São Paulo (USP) 2020-06-01
Series:Plural
Subjects:
Online Access:http://www.revistas.usp.br/plural/article/view/151021
Description
Summary:O objetivo deste trabalho é averiguar as probabilidades de resistência à psiquiatria – enquanto um dispositivo biopolítico de governo das diferenças – presente nas falas e na existência da personagem Estamira, reproduzidas no documentário homônimo. Em termos metodológicos, utilizando as reflexões de Foucault e Butler, tomo Estamira como um documentário de inspiração genealógica, que permite a manifestação do discurso sujeitado e a apreensão das condições precárias da personagem – que sujeita-se e resite aos governos religioso, familiar (como instância de normalização disciplinar e psiquiátrica do sujeito) e médico-psiquiátrico de sua existência. Ao estabelecer-se em um lixão (enquanto um espaço heterotópico), essa mulher classificada como louca e diagnosticada como esquizofrênica apresenta, de maneira paradoxal, uma resistência mais lúcida e crítica contra as investidas do poder psiquiátrico.
ISSN:0104-6721
2176-8099