O exercício do acontecimento: estetização da violência em Pulp Fiction
Com base principalmente na teoria tensiva desenvolvida por Claude Zilberberg, este artigo tem como principal meta averiguar quais procedimentos cinematográficos são adotados no filme Pulp Fiction para modular os efeitos de sentido causados pela violência, a fim de examinar os modos como extensidade...
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Universidade de São Paulo, Letras e Ciências Humanas
2018-12-01
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doaj-8d4fc55092c442d79c3493e5266f0f042020-11-25T03:13:11ZengUniversidade de São Paulo, Letras e Ciências HumanasEstudos Semióticos1980-40162018-12-0114310.11606/issn.1980-4016.esse.2018.152405O exercício do acontecimento: estetização da violência em Pulp FictionGabriela dos Santos e Silva0Zeno Queiroz1Universidade Federal do CearáUniversidade Federal do Ceará Com base principalmente na teoria tensiva desenvolvida por Claude Zilberberg, este artigo tem como principal meta averiguar quais procedimentos cinematográficos são adotados no filme Pulp Fiction para modular os efeitos de sentido causados pela violência, a fim de examinar os modos como extensidade e intensidade se articulam na construção do espaço tensivo do enunciado fílmico e como isso repercute na experiência estética do enunciatário. Inicialmente, percebe-se que a violência se insere em um regime fundado na regularidade, de forma que as variações intensivas são controladas pela dimensão da extensidade, dificilmente havendo uma saturação de intensidade e, portanto, jamais sendo atribuído à violência um estatuto de acontecimento. Valendo-se, assim, de alguns mecanismos fílmicos, que pretendemos descrever, Tarantino parece investir em andamentos, tonicidades, temporalidades e espacialidades adequados para o exercício da inteligibilidade, isto é, lança mão de procedimentos que promovem mais a apreensão cognitiva das cenas de violência do que a sua experiência afetiva, o que permitiria ao enunciatário fruir a obra preponderantemente na dimensão racional. Dessa maneira, a partir de estudos semióticos bastante recentes e, a nosso ver, extremamente adequados aos nossos propósitos, intencionamos ampliar o campo de discussão acerca de um aspecto muito peculiar do trabalho de Quentin Tarantino e lançar luz sobre questões que podem – e devem – ser desenvolvidas em pesquisas futuras. http://www.revistas.usp.br/esse/article/view/152405SemióticaTensividadeCinemaViolênciaTarantino |
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Com base principalmente na teoria tensiva desenvolvida por Claude Zilberberg, este artigo tem como principal meta averiguar quais procedimentos cinematográficos são adotados no filme Pulp Fiction para modular os efeitos de sentido causados pela violência, a fim de examinar os modos como extensidade e intensidade se articulam na construção do espaço tensivo do enunciado fílmico e como isso repercute na experiência estética do enunciatário. Inicialmente, percebe-se que a violência se insere em um regime fundado na regularidade, de forma que as variações intensivas são controladas pela dimensão da extensidade, dificilmente havendo uma saturação de intensidade e, portanto, jamais sendo atribuído à violência um estatuto de acontecimento. Valendo-se, assim, de alguns mecanismos fílmicos, que pretendemos descrever, Tarantino parece investir em andamentos, tonicidades, temporalidades e espacialidades adequados para o exercício da inteligibilidade, isto é, lança mão de procedimentos que promovem mais a apreensão cognitiva das cenas de violência do que a sua experiência afetiva, o que permitiria ao enunciatário fruir a obra preponderantemente na dimensão racional. Dessa maneira, a partir de estudos semióticos bastante recentes e, a nosso ver, extremamente adequados aos nossos propósitos, intencionamos ampliar o campo de discussão acerca de um aspecto muito peculiar do trabalho de Quentin Tarantino e lançar luz sobre questões que podem – e devem – ser desenvolvidas em pesquisas futuras.
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