Nem Florida, nem Boedo: assegura o 'escritor fracassado' de Roberto Arlt
Florida e Boedo são nomes de ruas da cidade de Buenos Aires, com características distintas bem expressivas: Florida era a rua do “ócio distraído”, da boemia da arte gratuita, sem motivações que não fossem estéticas. Boedo era a rua do “tráfego fabril”, situada num bairro onde muitas fábricas estavam...
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Universidade Estadual de Feira de Santana
2017-06-01
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Series: | A Cor das Letras |
Online Access: | http://periodicos.uefs.br/index.php/acordasletras/article/view/1657 |
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doaj-8d2315f6d45341589ef793e1725d3c762020-11-24T20:47:56ZspaUniversidade Estadual de Feira de SantanaA Cor das Letras1415-89732017-06-0118114215210.13102/cl.v18i1.1657922Nem Florida, nem Boedo: assegura o 'escritor fracassado' de Roberto ArltAdriana de Borges Gomes0Universidade do Estado da BahiaFlorida e Boedo são nomes de ruas da cidade de Buenos Aires, com características distintas bem expressivas: Florida era a rua do “ócio distraído”, da boemia da arte gratuita, sem motivações que não fossem estéticas. Boedo era a rua do “tráfego fabril”, situada num bairro onde muitas fábricas estavam instaladas, o que fomentava a agitação das consciências para o levante de uma bandeira subversiva. Das designações topográficas do bairrismo portenho nasceu uma contenda cultural de classes, em que a literatura foi o veio central. A polêmica literária deve ser vista no seu interior, recorrendo-se ao momento histórico em que ocorreu, pois somente com a distância temporal o historiador da literatura pode avaliar o que representou na época e o que significa na contemporaneidade tal controvérsia para a história da literatura argentina. E, ainda assim, manter certa desconfiança, pois o historiador é um pesquisador que muitas vezes recorta acontecimentos e os dota de significado de acordo com suas ideologias; como chama a atenção o historiador da literatura latino-americana Antonio Cornejo Polar (2000). Na conformação dos dois grupos e na localização dos escritores em cada um deles, houve muitas discrepâncias. Castelnuovo, nos diz Adolfo Prieto (2009), declarou que o grupo Boedo não existiu, o que existia era uma literatura de arrabalde. Assim, Prieto mapeia em seu ensaio “Boedo e Florida” algumas esclarecimentos e tentativas de encaixar os escritores em um grupo ou outro. Em uma dessas demonstrações está claro que Roberto Arlt não se localizava em nenhum dos dois grupos.http://periodicos.uefs.br/index.php/acordasletras/article/view/1657 |
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Florida e Boedo são nomes de ruas da cidade de Buenos Aires, com características distintas bem expressivas: Florida era a rua do “ócio distraído”, da boemia da arte gratuita, sem motivações que não fossem estéticas. Boedo era a rua do “tráfego fabril”, situada num bairro onde muitas fábricas estavam instaladas, o que fomentava a agitação das consciências para o levante de uma bandeira subversiva. Das designações topográficas do bairrismo portenho nasceu uma contenda cultural de classes, em que a literatura foi o veio central. A polêmica literária deve ser vista no seu interior, recorrendo-se ao momento histórico em que ocorreu, pois somente com a distância temporal o historiador da literatura pode avaliar o que representou na época e o que significa na contemporaneidade tal controvérsia para a história da literatura argentina. E, ainda assim, manter certa desconfiança, pois o historiador é um pesquisador que muitas vezes recorta acontecimentos e os dota de significado de acordo com suas ideologias; como chama a atenção o historiador da literatura latino-americana Antonio Cornejo Polar (2000). Na conformação dos dois grupos e na localização dos escritores em cada um deles, houve muitas discrepâncias. Castelnuovo, nos diz Adolfo Prieto (2009), declarou que o grupo Boedo não existiu, o que existia era uma literatura de arrabalde. Assim, Prieto mapeia em seu ensaio “Boedo e Florida” algumas esclarecimentos e tentativas de encaixar os escritores em um grupo ou outro. Em uma dessas demonstrações está claro que Roberto Arlt não se localizava em nenhum dos dois grupos. |
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