“Resistindo na boca da noite um gosto de sol”

Valendo-nos de pressupostos pós-estruturalistas e dos letramentos queer, em especial da pedagogia da pergunta proposta por Nelson (1999), nosso objetivo, neste artigo, é mostrar como repertórios sobre diversas esferas da vida social podem ser abordados democraticamente na educação linguística, prop...

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Bibliographic Details
Main Authors: Rosane Rocha Pessoa, Marco Túlio de de Urzêda Freitas
Format: Article
Language:English
Published: Universidade Estadual de Campinas 2021-05-01
Series:Trabalhos em Linguística Aplicada
Subjects:
Online Access:https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/tla/article/view/8662108
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spelling doaj-8bf33dca0a7f4e5b89fcc6cd28a1c3fd2021-06-21T14:19:02ZengUniversidade Estadual de CampinasTrabalhos em Linguística Aplicada2175-764X2021-05-01601“Resistindo na boca da noite um gosto de sol”Rosane Rocha Pessoa0Marco Túlio de de Urzêda Freitas1Universidade Federal de GoiásInstituto Educacional Wallon Valendo-nos de pressupostos pós-estruturalistas e dos letramentos queer, em especial da pedagogia da pergunta proposta por Nelson (1999), nosso objetivo, neste artigo, é mostrar como repertórios sobre diversas esferas da vida social podem ser abordados democraticamente na educação linguística, propiciando a mobilização de significados plurais e contraditórios, bem como a articulação de resistências democráticas em sala de aula. Para tanto, revisitamos repertórios e performances de gênero e sexualidade discutidos na dissertação de mestrado de Hoelzle (2016), fazendo uma reentextualização do material empírico gerado pela autora e uma discussão em que defendemos a pedagogia da pergunta, que é habilmente desenvolvida por ela, embora esse não seja um construto praxiológico da sua pesquisa. A escolha desses dois temas de discussão, gênero e sexualidade, é providencial no contexto brasileiro, já que ambos atravessam uma parte considerável dos repertórios mobilizados e das medidas tomadas pelo atual governo para restringir a construção de sentidos críticos nos contextos educacionais. Nos seis eventos comunicativos, a pedagogia da pergunta é sempre marcada pelo conflito, advindo de diferentes historicidades e performances socioidentitárias das pessoas envolvidas nos eventos comunicativos. Assim, concluímos argumentando que, pelo fato de a linguagem permitir a produção de significados múltiplos e alternativos sobre a vida social, não podemos deixar de construir, nos contextos de educação linguística, sentidos que possibilitem a construção de enquadres mais democráticos. Essa construção é nosso “gosto de sol” que resiste na boca da noite. https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/tla/article/view/8662108DemocraciaPós-estruturalismoLetramentos queerPedagogia do questionamentoEducação linguística
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