A experiência comunitária e a vivência da metrópole: o prelúdio, de William Wordsworth, à luz de Walter Benjamin
Em seu poema autobiográfio, O Prelúdio, o poeta inglês William Wordsworth empenha-se em encontrar em sua memória os eventos que deram forma à sua vida subjetiva e reavaliar suas experiências passadas à luz de sua consciência presente. Com este trabalho, tivemos por objetivo analisar os tipos de expe...
Main Author: | |
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Format: | Article |
Language: | Portuguese |
Published: |
Universidade de Santa Cruz do Sul
2020-01-01
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Series: | Signo |
Subjects: | |
Online Access: | https://online.unisc.br/seer/index.php/signo/article/view/14162 |
Summary: | Em seu poema autobiográfio, O Prelúdio, o poeta inglês William Wordsworth empenha-se em encontrar em sua memória os eventos que deram forma à sua vida subjetiva e reavaliar suas experiências passadas à luz de sua consciência presente. Com este trabalho, tivemos por objetivo analisar os tipos de experiências descritas por Wordsworth e a relação que mantém com o ambiente que as geraram. Para tanto, recorremos aos conceitos do filósofo Walter Benjamin de ‘experiência’, ‘vivência’ e ‘choque’ e analisamos excertos de O Prelúdio a partir dessas categorias. Constatamos que as experiências encontram-se especialmente na infância de Wordsworth no campo, em meio à sua pequena comunidade rural. Vivências têm lugar no relato como fundo contra o qual as experiências vivas mostram-se mais nítida, especialmente como contraste entre a vida urbana e a campestre. Choques, por outro lado, aparecem como momentos marcados na memória por sua singularidade e inefabilidade, que assombram o biógrafo ainda anos mais tarde, sem jamais desvelarem por completo seu significado. Concluímos que, em O Prelúdio, o campo e a comunidade é o locus da experiência viva, enquanto que a cidade oferece apenas vivências ao sujeito, embora, para o poeta, momentos de choque possam resgatar das vivências lampejos de experiência autêntica. |
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ISSN: | 0101-1812 1982-2014 |