Gelo nos Trópicos: a exportação de “Blocos de cristais da frieza ianque” para Índia e Brasil
O comércio de gelo natural de Boston prosperou durante 1830-70 com base na idéia de Frederic Tudor da combinação de dois produtos inúteis – gelo natural do inverno das lagoas de Nova Inglaterra e serragem de madeireiras de Maine. O gelo Tudor foi exportado extensamente para os trópicos, desde as Índ...
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Universidade Estadual de Maringá
2011-10-01
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doaj-8a6f3d72335a48a49d65c6cdd735f8222020-11-24T23:03:46ZporUniversidade Estadual de MaringáRevista Espaço Acadêmico1519-61862011-10-01111261451617366Gelo nos Trópicos: a exportação de “Blocos de cristais da frieza ianque” para Índia e BrasilMarc W. Herold0University of New HampshireO comércio de gelo natural de Boston prosperou durante 1830-70 com base na idéia de Frederic Tudor da combinação de dois produtos inúteis – gelo natural do inverno das lagoas de Nova Inglaterra e serragem de madeireiras de Maine. O gelo Tudor foi exportado extensamente para os trópicos, desde as Índias Ocidentais até o Brasil e as Índias Orientais, assim como para os portos do sul dos Estados Unidos. Nos portos tropicais de gelo, o gelo natural importado era um produto de luxo, por exemplo, sendo servido para esfriar vinhos claret (Calcutá), champanha (Havana e Manaus), e juleps de hortelã (Nova Orleans e Savannah) e utilizado também em hotéis de luxo ou em banquetes. No clima temperado dos Estados Unidos, o gelo natural era usado para preservar alimentos (frigoríficos) e para esfriar a água (o amor peculiar dos americanos por água gelada). Nas regiões temperadas e tropicais, o gelo natural foi usado para fins medicinais (para acalmar as febres). Com a invenção de uma nova tecnologia para a fabricação de gelo artificial como parte da Revolução Industrial, o comércio de exportação de gelo natural diminuiu assim como a industrialização por substituição de importações acontecia nos trópicos. Na virada do século XX, fábricas de gelo tinham sido estabelecidas em meia dúzia de cidades portuárias brasileiras. Tudo o que restava do que fosse um comércio extenso e global de gelo natural era um veleiro que aportou no Rio de Janeiro na época de Natal cheio de gelo e maçãs da Nova Inglaterra.http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/14188exportação de gelo natural, globalização no século XIX, indústria do gelo artificialconsume de artigos de luxocorrente de mercadorias |
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O comércio de gelo natural de Boston prosperou durante 1830-70 com base na idéia de Frederic Tudor da combinação de dois produtos inúteis – gelo natural do inverno das lagoas de Nova Inglaterra e serragem de madeireiras de Maine. O gelo Tudor foi exportado extensamente para os trópicos, desde as Índias Ocidentais até o Brasil e as Índias Orientais, assim como para os portos do sul dos Estados Unidos. Nos portos tropicais de gelo, o gelo natural importado era um produto de luxo, por exemplo, sendo servido para esfriar vinhos claret (Calcutá), champanha (Havana e Manaus), e juleps de hortelã (Nova Orleans e Savannah) e utilizado também em hotéis de luxo ou em banquetes. No clima temperado dos Estados Unidos, o gelo natural era usado para preservar alimentos (frigoríficos) e para esfriar a água (o amor peculiar dos americanos por água gelada). Nas regiões temperadas e tropicais, o gelo natural foi usado para fins medicinais (para acalmar as febres). Com a invenção de uma nova tecnologia para a fabricação de gelo artificial como parte da Revolução Industrial, o comércio de exportação de gelo natural diminuiu assim como a industrialização por substituição de importações acontecia nos trópicos. Na virada do século XX, fábricas de gelo tinham sido estabelecidas em meia dúzia de cidades portuárias brasileiras. Tudo o que restava do que fosse um comércio extenso e global de gelo natural era um veleiro que aportou no Rio de Janeiro na época de Natal cheio de gelo e maçãs da Nova Inglaterra. |
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