Summary: | Resumo Este trabalho investiga o comportamento dos bancos centrais (BCs) dos EUA e do Brasil frente à recente crise financeira global. O artigo avalia a atuação das autoridades monetárias por meio de uma leitura sistemática das atas dos respectivos comitês de política monetária entre 2004 e 2011. Procura também identificar conceitos necessários para uma correta leitura e reconhecimento da conjuntura macroeconômica e logo uma possível antecipação ou reação adequada à eclosão da crise. Em ambos os casos os BCs não parecem ter sido capazes de diagnosticar corretamente a evolução da conjuntura macroeconômica, principalmente em termos de detectar a bolha no setor imobiliário dos EUA e se antecipar ao estouro da mesma quando esta adquiriu proporções preocupantes. Quando os mercados financeiros entraram em pânico, os BCs tiveram de reagir pragmaticamente de reagir, mas de forma desorganizada, emergencial e, possivelmente, despreparada, em função da complexidade dos sistemas monetário e financeiro e provavelmente dos respectivos interesses financeiros envolvidos. Finalmente, argumenta-se também que parte desta incapacidade de antecipação pode derivar, entre outros, dos modelos macroeconômicos convencionais empregados pelos BCs e de uma confiança absoluta na hipótese dos mercados eficientes.
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