Summary: | O texto discute o ideal contemporâneo do corpo transparente,<br />entendido como construção cultural mediada por instrumentos<br />médicos, tecnologias de mídia, convenções artísticas e normas<br />sociais. A partir do conceito foucaultiano de dispositivo,<br />identificamos a busca pela transparência do corpo como<br />sintoma cultural de nossa atualidade em que a perfeição, a<br />maleabilidade e o controle sobre a fisiologia humana vigoram<br />como finalidades. Neste contexto, a profusão de imagens<br />corporais que obtemos por meio de PET-scanners e<br />ressonâncias magnéticas amplia o escopo da virtualidade,<br />alterando nossas concepções de corpo, doença e tempo. Do<br />mesmo modo, as explorações espetaculares deste corpo em<br />domínios midiáticos tão distintos quanto séries de TV, filmes e<br />produtos artísticos em geral indicam a necessidade de<br />investigação crítica deste tema, considerando-se uma ampla<br />rede cultural, em que poderes e saberes se entrelaçam na<br />produção de novos modos de subjetivação.
|