Summary: | Mulheres que não foram perseguidas pelo regime nazista estavam integradas de várias maneiras na sociedade nazista e assim contribuíram para sua estabilização e perpetuação. A questão da maneira como mulheres contribuíram com o nazismo e assim com seus crimes foi suprimida após a derrocada do nazismo. Com base em seu gênero, mulheres foram construídas como vítimas da guerra e do sofrimento do período pós-guerra. Especificamente na Áustria esta construção de vítima foi combinada com um discurso nacional de vítima que apresenta a Áustria como a primeira vítima da Alemanha de Hitler, permitindo a negação da participação de austríacos nos crimes nazistas. Neste contexto, esse artigo pretende demonstrar, a partir da reconstrução de três biografias como, com a ajuda da construção de vítima, as biografadas acentuam e negam seus próprios envolvimentos na sociedade nazista. Dessa maneira coloca a atividade das mulheres como exterior à prática do grupo de perpetradores, construído como masculino
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