Summary: | A recomposição que o universo social do livro na sua componente editorial sofreu no decurso da institucionalização do Estado Novo, sobrevivendo com surpreendente vitalidade até ao ocaso do regime, opera-se consabidamente no quadro de um cenário em que se multiplicam dificuldades e obstáculos. Abordando as relações colectivamente entretecidas pelos editores com o poder através da exploração do percurso do Grémio Nacional dos Editores e Livreiros, o artigo procura um entendimento das dinâmicas institucionais do campo da edição que supere interpretações que ainda prevalecem na análise da relação com um projecto político de matriz autoritária, redutoras da complexidade de um espaço ambivalente, caracterizado por uma natureza contraditória.<br>The reorganizing of the publishing sphere of the social space of the book during the Estado Novo regime in Portugal takes place, in a surprisingly vibrant fashion, in a scenario of difficulties and obstacles. Dwelling on the relation collectively established between publishers and the political power in place by exploring the Grémio Nacional dos Editores e Livreiros (National Publishers and Booksellers Guild), the article seeks to understand the institutional dynamics of the publishing world, thus overcoming current beliefs still prevailing about the connection of such a world with political projects of authoritarian nature, which tend to oversimplify a field with a complex, ambiguous and contradictory framework.
|