Uma América incógnita An America unknown
Se os cronistas espanhóis inventaram paulatinamente o que viria a ser a América, como O' Gorman propôs, os cronistas portugueses da primeira metade do século XVI foram bem mais cautelosos na construção de uma identidade para os territórios do ultramar visitados por Colombo e por Cabral. Esses c...
Main Author: | |
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Format: | Article |
Language: | English |
Published: |
Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho
2009-01-01
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Series: | História |
Subjects: | |
Online Access: | http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-90742009000100005 |
Summary: | Se os cronistas espanhóis inventaram paulatinamente o que viria a ser a América, como O' Gorman propôs, os cronistas portugueses da primeira metade do século XVI foram bem mais cautelosos na construção de uma identidade para os territórios do ultramar visitados por Colombo e por Cabral. Esses cronistas quinhentistas, com os olhos na Ásia, só tardiamente deixaram de pensar esse "quase um outro mundo" como lugar de passagem para pensá-lo como lugar de parada. Embora distanciando-se do tom de espanto que marca cartas e relatos utilizados como fontes e revelando uma preocupação em atribuir um lugar específico para a viagem de Cabral na construção da história portuguesa, as peripécias dos navegadores sobressaem às peculiaridades das terras e gentes que viriam futuramente a merecer dos seus congêneres uma atenção especial. Neste ensaio, o alvo visado é o lugar, na cronística portuguesa quinhentista, conferido a esses territórios de pouco prestígio, melhor, o lugar que lhe é concedido na memória portuguesa desses primeiros tempos.<br>If we consider that the Spanish chroniclers had gradually invented what eventually became America, as O'Gorman proposed, the Portuguese chroniclers of the first half of the 16th century were even more cautious in building an identity for the overseas territories visited by Columbus and Cabral. These sixteenth century chroniclers, focusing on Asia, only later ceased to think of this "almost other world" as a place of passage, to think of it as a place to stop. Disregarding the surprised tone of the letters and reports used as sources, and showing concern in giving Cabral's travels a specific place in the construction of Portuguese history, the explorers' adventures highlight the peculiarities of the lands and peoples that would later come to deserve special attention from their congeners. It is the place that the Portuguese sixteenth century chronicler has given to these territories, and the place that was fixed in the memory of the 16th century Portuguese, which are the aspects covered in this text. |
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ISSN: | 0101-9074 1980-4369 |