Summary: | http://dx.doi.org/10.5007/1983-4535.2015v8n2p237
Este artigo analisa e visa entender as relações de governança nas Instituições do ensino superior no Brasil, como mecanismo de integração e reprodução dos interesses dos diversos stakeholders, dentro e fora do ambiente organizacional. É explicado que os parceiros das IES no Brasil, com os quais estas estabelecem relações privilegiadas, permitem-lhes acessos através dos quais elas mobilizam recursos e se coordenam com atores externos, em alguns casos influenciando as agências de regulação e avaliação. Na sua prática, as IES desenvolvem suas estratégias conforme as informações obtidas através desses stakeholders ou informante-chave. Como parceiros interessados, os diversos stakeholders influenciam e por vezes determinam as escolhas feitas pelas organizações, por exemplo, as ofertas de cursos superiores (Licenciaturas, Bacharelados, Tecnólogos, Stricto Sensu e Lato Sensu). Os parceiros externos, vistos como stakeholders, podem ser as agencias reguladoras do ensino superior (MEC), as empresas, outras entidades governamentais e grupos profissionais e corporativos da sociedade.
A pesquisa realizada teve como objeto de estudo (Yin 2010) uma IES privada sediada em São Luís, no Estado do Maranhão – Brasil, onde coletamos informações e conseguimos observar e identificar alguns stakeholders, aos quais forneciam informações necessárias para organização e, em contrapartida beneficiavam, em termos de imagem e de criação de capital social, desse relacionamento. Tomamos o conceito de capital social que, conforme o que nos diz (Nogueira and Catani 2007), é um conjunto de recursos atuais ou potenciais que estão ligados à ‘posse’ de uma rede durável de relações mais ou menos institucionalizadas de interconhecimento e de interreconhecimento ou, em outros termos, à vinculação a um grupo, como conjunto de agentes que não somente são dotados de propriedades comuns, mas também são unidos por ligações permanentes e úteis [...] o volume de capital social que um agente individual possui depende então da extensão da rede de relações que ele pode efetivamente mobilizar e do volume do capital (econômico, cultural ou simbólico) que é posse exclusiva de cada um daqueles a quem está ligado [...] os lucros que o pertencimento a um grupo proporciona estão na base da solidariedade.
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